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Isabel dos Santos diz que Sonangol tem de se focar no petróleo e deixar ao Estado o que é do Estado
O plano de reestruturação da petrolífera angolana está a avançar e Isabel dos Santos revela-o ao Financial Times. A energética vai ser dividida.
A Sonangol vai ser dividida em três unidades - exploração e produção, logística e uma divisão para as concessões a empresas internacionais. Todas as participações não-petrolíferas - que integram mais de 90 companhias incluindo um clube de futebol - serão colocadas num fundo de investimento, sendo que algumas serão para vender.
Esta estratégia de reestruturação foi revelada por Isabel dos Santos, presidente da Sonangol desde Junho, ao Financial Times a quem disse que a Sonangol "perdeu o foco do negócio 'core' do petróleo", pelo que "provavelmente não estávamos a controlar os nossos activos - os nossos activos petrolíferos - como deveríamos, e pior do que isso faltou visão estratégica".
A administração da Sonangol era liderada desde 2012 - e até à nomeação de Isabel dos Santos - por Francisco de Lemos José Maria, que por sua vez sucedeu a Manuel Vicente, eleito então vice-presidente da República.
A esses bancos a gestão da Sonangol avançou com uma projecção de produção de petróleo que, sem investimento fresco, passará de 1,7 milhões de barris por dia este ano para 1,5 milhões em 2022. E a esse nível a Sonangol, acrescenta o jornal britânico, não conseguiria debitar petróleo suficiente para fazer face às suas dívidas a preços correntes.
Mas desde que tomou conta da empresa, a companhia já reduziu a sua dívida para 9,8 mil milhões de dólares, face aos 13,6 mil milhões que tinha no final de 2015. E o objectivo é reduzir mais no próximo ano para valores próximos dos oito mil milhões de dólares. Também quer reduzir 240 milhões nos custos e os investimentos serão cortados para valores próximos dos 3 mil milhões de dólares, face aos 4,6 mil milhões em 2015. "Penso que em 2021, 2022 a companhia estará, definitivamente, numa situação diferente da que está hoje".
Isabel dos Santos tem traçado o seu objectivo: "A minha visão é tornar a Sonangol muito rentável", dizendo que havia encargos que a Sonangol no passado tinha e que não cabem à petrolífera. Dá o exemplo do financiamento de habitação de baixo custo que deverá voltar à alçada do Governo, declarou.
Pelo exercício deste ano, a empresa não deverá distribuir dividendos, conforme já tinha sido referido.Em 2013 a Sonangol teve lucros de 3,1 mil milhões de dólares, que caíram para 400 milhões em 2015.