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Receita da Sonangol caiu 60% desde 2013 e este ano já não entrega dividendos ao Estado

A Sonangol já não vai entregar dividendos ao Estado angolano este ano, com a administração da petrolífera a estimar uma receita bruta de 15.325 milhões de dólares (14,4 mil milhões de euros) para 2016, uma quebra superior a 60% face a 2013.

7º Isabel dos Santos, 673 notícias - A luta no BPI, a liderança da Sonangol e outros episódios a envolverem as empresas portuguesas explica porque Isabel dos Santos foi em 2016 a mulher mais citada nas notícias do Negócios.
Reuters
01 de Dezembro de 2016 às 19:03
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A informação foi transmitida esta quinta-feira, em conferência de imprensa realizada na sede da petrolífera estatal angolana, em Luanda, com a presidente do conselho de administração da Sonangol, Isabel dos Santos (na foto), a explicar que desde 2013 que as receitas têm vindo a descer, sem que os custos operacionais acompanhem essa quebra.

 

De acordo com os números hoje apresentados, os custos operacionais da Sonangol em 2016 deverão ascender a 11.957 milhões de dólares (11.253 milhões de euros), um corte superior a 17%, mas tendo em conta os 14.443 milhões de dólares (13.593 milhões de euros) de 2015, antes da atual administração, nomeada em junho deste ano para implementar a reestruturação da petrolífera.

 

Acrescentou que o lucro da Sonangol tem vindo igualmente a decrescer desde 2013, antes do início da crise da cotação do barril de crude. Nesse ano foi de 3.089 milhões de dólares (2.907 milhões de euros), tendo caído para 1.415 milhões de dólares (1.331 milhões de euros) em 2014 e para apenas 389 milhões de dólares (366 milhões de euros) em 2015.

 

"Em 2016, prevê-se que não haverá dividendos para o accionista Estado", apontou a administração, não adiantando a previsão para o resultado líquido deste ano.

 

A presidente da Sonangol disse que a petrolífera angolana precisa de uma reestruturação financeira e de 1.569 milhões de dólares (1.476 milhões de euros) para fazer face às necessidades de pagamentos até final do ano, sendo a situação do grupo "bastante mais grave do que o cenário inicialmente delineado", obrigando a "decisões de gestão com carácter de urgência".

 

Com base nas primeiras conclusões à avaliação da gestão da Sonangol, Isabel dos Santos afirmou que a "redução acentuada de receitas" com a venda de petróleo "não foi acompanhada" pela "necessária revisão da estratégia de investimento do grupo", como nas áreas do imobiliário e da saúde.

 

"Fica claro que os actuais desafios resultam não só da queda do preço do petróleo, mas, fundamentalmente, de uma política e de práticas de gestão questionáveis, que colocaram a Sonangol numa situação financeira e operacional precária", apontou a administração.

 

Sublinhou ainda o objectivo "prioritário" de "inversão dos resultados menos positivos" e do "acesso a novas fontes de financiamento e a sustentabilidade de longo prazo da empresa", voltando a ser "fonte geradora de riqueza" para o país.

 

"Todos os esforços estão agora concentrados na reestruturação da empresa, para proceder depois à transformação societária, alinhada com o novo Modelo do Sector Petrolífero Angolano", disse ainda.

 

Isabel dos Santos anunciou estar em curso um programa de pré-reformas, avançando ainda a resolução da situação dos mais de 1.100 colaboradores não activos, que custam anualmente à Sonangol 40 milhões de dólares (37 milhões de euros).

 

Para cortar nos custos, a Sonangol vai travar investimentos, estando a "reavaliar" todos os projectos anteriores, de "forma criteriosa e ponderada". Em particular, a construção da refinaria no Lobito e da estação de armazenamento de combustíveis na Barra do Dande, que "estão suspensos" para "reavaliação da visão estratégica e da viabilidade económica".

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