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Administração da Sonangol relaciona dificuldades financeiras com gestão do passado

A administração da Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola (Sonangol), liderada desde Junho por Isabel dos Santos, relaciona as dificuldades financeiras que a petrolífera atravessa com a política de investimentos das gestões anteriores daquela empresa pública.

24 de Novembro de 2016 às 16:00
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A posição surge num comunicado da petrolífera, a que a Lusa teve acesso, referindo-se que, apesar das dificuldades financeiras, a Sonangol vai manter em 2016 a distribuição de um cabaz de Natal aos trabalhadores, mas no qual é também abordada a "situação difícil" da empresa.

 

"Como todos têm consciência, a conjuntura internacional e a prolongada baixa do preço de petróleo, conjugada com uma política inadequada de investimentos da Sonangol nos últimos anos resultou numa reduzida disponibilidade financeira", lê-se no comunicado.

 

A administração da Sonangol era liderada desde 2012, até à nomeação de Isabel dos Santos pelo chefe de Estado, por Francisco de Lemos José Maria, que por sua vez sucedeu a Manuel Vicente, eleito então vice-Presidente da República.

 

"O grupo encontra-se hoje numa situação vulnerável e adversa, marcada  por grandes dificuldades  que obrigam todos na Sonangol a assumir desafios acrescidos", acrescenta o mesmo comunicado.

 

A construção da Refinaria do Lobito, na província de Benguela, com capacidade para refinar 200.000 barris por dia, é um dos projectos anteriores suspensos por decisão da actual administração.

 

O Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, nomeou a filha, Isabel dos Santos, para o cargo de presidente do conselho de administração da Sonangol e para assumir o processo de reestruturação da petrolífera, tendo a empresária assumido funções em Junho.

 

Essa nomeação tem vindo a ser contestada publicamente, inclusive com uma providência cautelar que continua por decidir no Tribunal Supremo, alegando os autores que viola a lei da Probidade Pública, e pelos interesses que Isabel dos Santos tem em várias empresas angolanas que trabalham com a Sonangol.

 

A petrolífera estatal de Angola apresentou uma queda de 34% na receita do ano passado, face a 2014, registando igualmente uma descida dos lucros na ordem dos 45%, atribuíveis principalmente à queda do preço do petróleo.

 

A receita total da Sonangol em 2015 foi de 2,2 biliões de kwanzas (12,5 mil milhões de euros, à taxa de câmbio actual).

 

Após tomar posse, em Junho, Isabel dos Santos, explicou que o modelo de reestruturação da Sonangol prevê a criação de uma holding operacional, outra de apoio e serviços logísticos e a função concessionária do sector petrolífero propriamente dito, para "aumentar a rentabilidade, a eficácia a transparência" da empresa.

 

Angola é actualmente o segundo maior produtor de petróleo em África e a exportação de crude representa mais de 90% da receita fiscal do país, que no entanto caiu para metade desde 2014, devido à quebra na cotação internacional dos produtos petrolíferos.

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