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Governo quer reduzir luzes decorativas no Natal e edifícios menos quentes, para poupar luz e gás

O ministro Duarte Cordeiro garantiu que até ao final do ano será possível uma poupança energética adicional de 5% com as medidas aprovadas em Conselho de Ministros.

Rodrigo Antunes / Lusa
08 de Setembro de 2022 às 15:47
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O ministro do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro, levantou esta quinta-feira o véu sobre o tão aguardado pacote de medidas para poupar energia no país e garantir que Portugal cumpre o acordo europeu para a redução de 7% do consumo energético. Isto porque o plano inicialmente levado ao Conselho de Ministros sofreu várias alterações durante o decorrer da reunião e terá ainda de ser reescrito para ser apresentado formalmente em breve. 

No entanto, o governate diz que se tratam de "medidas simples e intuitivas".

Garantiu sim que até ao final do ano será possível uma poupança energética adicional de 5% com as medidas aprovadas em Conselho de Ministros que abrangem três dimensões: a administração pública (com medidas coercivas); a administração local e os privados (apenas com recomendações, nestes dois casos). 

Destas recomendações, diz o ministro, fazem parte medidas como "desligar a iluminação interior e exterior quando os estabelecimentos não estão a funcionar, reduzir as luzes decorativas em épocas festivas, como o Natal que se aproxima, e em horários tardios, a partir das 24h por exemplo, e também a redução das temperaturas a partir do uso de gás natural nos edifícios". Duarte Cordeiro deu como exemplo as piscinas municipais e outros equipamentos que são fortemente aquecidos. 

Quanto à limitação de horários para os estabelecimentos comerciais, o governante disse que não há para já nenhuma decisão nesse sentido neste pacote de medidas. 

"Há muita margem para podermos poupar e tudo junto faz a diferença", disse o ministro. 

De acordo com o ministro, Portugal já reduziu 20% do consumo de gás (excluindo a produção de energia elétrica) desde o início do ano, sendo uma das metas deste plano de poupança energética reduzir ainda mais 5% até ao final do ano. O governante, frisou, no entanto que para já o objetivo é chegar a "compromissos" e só se necessário haverá uma decisão coerciva de redução dos 7% acordados com a Comissão Europeia.

As medidas aprovadas por Portugal vão ao encontro das palavras da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, "há uma escassez global de eletricidade, por isso temos de reduzir a sua procura sobretudo nos momentos de pico, em que a eletricidade é mais cara". 

"Temos de achatar a curva e vamos propor uma meta obrigatória aos países para reduzir o uso de energia elétrica nas horas de pico", disse a responsável da UE quando apresentou um pacote com cinco medidas imediatas para fazer face à crise energética na Europa. 

Sobre esta intenção de Bruxelas, Duarte Cordeiro disse que "é possível gerir picos de consumo ao nível dos consumidores eletrointensivos, mas ao nível das famílias não".

Para apresentar estas medidas, o Governo pediu à Agência para a Energia (ADENE) para reunir um conjunto de sugestões de várias entidades, que resultou depois na proposta de Plano de Poupança de Energia e Eficiência Hídrica apresentada hoje ao Governo e sujeita a aprovação em Conselho de Ministros.
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