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Gazprom já apresentou propostas a Bruxelas para evitar multa milionária

A empresa russa apresentou um conjunto de compromissos à Comissão Europeia, no âmbito de um processo relacionado com práticas anti-concorrenciais, que poderia levar a Gazprom a ser multada em milhares de milhões de euros.

Bloomberg
28 de Dezembro de 2016 às 08:43
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A gigante russa Gazprom já entregou uma série de propostas à Comissão Europeia para fechar o processo relacionado com práticas anti-concorrenciais e tentar evitar, assim, o pagamento de uma multa a Bruxelas, que poderia atingir um valor equivalente a 10% das suas vendas globais.

Uma porta-voz da Comissão Europeia confirmou à Bloomberg que os reguladores receberam os compromissos propostos pela empresa – que é detida em mais de 50% pelo Estado russo – e irão avaliar "se abordam, de forma prospectiva, as preocupações de concorrência da Comissão de acordo com as regras da UE".

Já o vice-presidente da Gazprom, Alexander Medvedev, disse num email que a companhia está pronta para ter em conta as críticas da Europa onde estas forem "fundamentadas" e onde seja "possível". Medvedev referiu ainda que as mudanças previstas na empresa de energia deverão permitir resolver o processo com o Bruxelas "no futuro próximo".

A Gazprom, que fornece um terço do gás da União Europeia, está no radar da Comissão desde 2011 devido a alegadas más práticas no estabelecimento de preços em países do centro e leste da Europa.

As investigações à Gazprom iniciaram-se em 2011, tendo assumido carácter formal um ano depois. Contudo, a anexação em 2014 da Crimeia (território até então sob administração da Ucrânia) travou o alcance de um acordo que estava bem encaminhado no início desse ano.


Em Abril do ano passado, Margrethe Vestager, comissária com a pasta da Concorrência, deduziu a acusação formal à companhia de gás russa. A comissária colocou em causa a conduta da empresa, de alegada quebra de regras de concorrência em oito países clientes: Estónia, Letónia, Lituânia, Polónia, República Checa, Eslováquia e Bulgária. 

A Rússia negou no entanto quaisquer práticas danosas ou ilegais, afirmando que tais acusações eram "infundadas, e com base em erros metodológicos significativos". Mesmo assim, o país mostrou-se aberto a um diálogo com a União Europeia, visando uma "solução mutuamente aceitável".

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