Notícia
Fatura energética de Portugal disparou 124% em 2022
O aumento deveu-se à guerra na Ucrânia que levou a uma escalada dos preços, com reflexos na economia à escala global. Nos últimos 10 anos, a potência instalada para a produção de energia renovável aumentou 56%, segundo dados da Adene.
Portugal fechou 2022 com um saldo importador de energia de 11.831 milhões de euros, dos mais elevados dos últimos anos. Trata-se de um aumento de 124,2% face a 2021 e de 66% comparando com os valores de 2012, segundo os dados divulgados esta sexta-feira pela Adene - Agência para a Energia.
O aumento da fatura deveu-se à guerra na Ucrânia, que conduziu a uma crise energética que levou a uma escalada dos preços, tendo reflexos na economia à escala global.
O saldo importador resulta da diferença das importações de energia, que subiram 98,7% para 18.252 milhões de euros, e das exportações - que cresceram 64,3% para 6,4 mil milhões de euros, ainda assim, um valor insuficiente para acompanhar a necessidade de compra de energia.
O presidente da Adene detalha que "este agravamento resultou em grande parte da conjugação do preço médio da cotação do brent que atingiu os 95,76 €/barril, mais 60% face a 2021 e do preço médio de importação de gás natural de Portugal que atingiu os 61,70 €/MWh, mais 141% em relação ao ano anterior", lê-se no relatório Energia em Números 2023.
O responsável lembra ainda que a ação conjugada da União Europeia e a "aceleração da transição energética rumo à neutralidade carbónica, permitiu mitigar os piores efeitos desta crise sobre as populações".
Segundo os dados do mesmo relatório, nos últimos 10 anos, de 2012 a 2022, a potência instalada para produção de energia elétrica cresceu cerca de 13,7%.
No mesmo período, a potência instalada das centrais de produção de eletricidade a partir de fontes renováveis aumentou 56,1% enquanto que no que toca a centrais de produção de eletricidade a partir de fontes não renováveis diminuiu 36,3%.