As ofertas pela operação da empresa alemã, avaliada em três mil milhões de euros, serão entregues até 11 de Agosto e o negócio deverá estar encerrado em Dezembro. Segundo o jornal espanhol, os interessados são o Grupo Villar Mir, a EDP e os fundos KKR, Riverstone, Blackstone, Brookfield e o fundo infra-estruturas do JPMorgan.

Fontes de mercado adiantaram ao Expansión que estes potenciais interessados foram os únicos que demonstraram um interesse real por todo o negócio da empresa em Espanha. Os outros interessados apenas pretendem comprar partes do negócio. Fontes do sector asseguraram ainda que os fundos KKR, Riverstone e Brookfield estão entre os favoritos.

O Citi é o assessor da operação e já entregou os cadernos de encargos aos potenciais interessados.

O jornal sublinha que a empresa liderada por António Mexia tem, actualmente, activos de distribuição eléctrica nas Astúrias e de gás no País Basco. O interesse nesta operação está sobretudo relacionado com os activos de distribuição de luz da E.ON, que com a antiga Viesgo, é forte na região da Cantábria, o que permitiria à empresa portuguesa controlar aquela região.

"Contudo, a empresa portuguesa poderia ter dificuldades para obter o financiamento necessário dada a delicada situação do Banco Espírito Santo, o maior grupo bancário de Portugal", escreve o mesmo jornal.

Os analistas do BPI e do BESI vêem esta notícia como "neutral", nesta fase, para a empresa portuguesa, ainda que faça sentido do ponto de vista do negócio.

"Não acreditamos que a EDP esteja entre os favoritos para adquirir estes activos, embora acreditemos que alguns deles possam encaixar perfeitamente no perfil da empresa", refere o BPI que realça que a cotada seria "um comprador natural para o negócio da distribuição", enquanto o interesse na unidade da geração "deverá ser muito menor".

"Em qualquer caso, não vemos problemas de concorrência dado o reduzido peso da E.ON no mercado espanhol", frisa o banco de investimento que considera o preço de três mil milhões de euros "agressivo".

Já o BESI acredita que, "para a EDP pode fazer sentido adquirir parte dos activos da E.ON como os activos da distribuição de electricidade no norte de Espanha onde a empresa está já presente, o que faz sentido estratégico". No entanto, "na nossa opinião, a alavancagem da EDP é já elevada" e comprar todo o negócio "pode ser excessivo", frisa o banco de investimento.

O BPI tem uma recomendação de "neutral" e uma avaliação de 3,55 euros, enquanto o BESI recomenda "comprar" e tem um preço-alvo de 3,35 euros.

As acções da empresa seguem a valorizar 1,87% para os 3,433 euros.

Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de "research" emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de "research" na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro.