Notícia
Dinamarquesa Orsted é a primeira a desistir do leilão eólico offshore em Portugal
Quanto ao novo plano estratégico, em vez de aumentar as suas ambições para os próximos anos, a empresa reduziu as metas de capacidade renovável a instalar até 2030, de 50 GW para 35 a 38 GW.
No dia em que apresentou os seus resultados financeiros relativos a 2023, com prejuízos de 2,7 mil milhões de euros no ano passado, a gigante dinamarquesa Ørsted anunciou ao mercado que vai suspender o pagamento de dividendos relativos ao período entre 2023 e 2025, cortar entre 600 e 800 postos de trabalho a nível mundial e retirar-se de mercados como a Noruega, Espanha e Portugal, onde planeava investir na construção de novas turbinas no mar. Quanto ao novo plano estratégico, em vez de aumentar as suas ambições para os próximos anos, a empresa reduziu as metas de capacidade renovável a instalar até 2030, de 50 GW para 35 a 38 GW.
A Ørsted tinha anunciado que ia concorrer, em consórcio com a Repsol, ao futuro leilão de energia eólica offshore no país, o que já não deverá acontecer. O Ministério do Ambiente e da Ação climática já confirmou ao Negócios que caberá ao próximo Governo lançar este leilão, no entanto as reuniões com os 50 consórcios interessados já decorreram e os atuais responsáveis governamentais pela pasta da energia garantem que se mantém a confiança e o interesse em participar no procedimento que vai atribuir os primeiros 3,5 GW no mar em Portugal.
A empresa, detida em 50,1% pelo governo dinamarquês e líder mundial em energia eólica em terra e no mar, justificou as suas decisões com a necessidade de implementar medidas para ter uma organização mais "eficiente". "Hoje, apresentámos um plano de negócios atualizado. Revisitámos o nosso portefólio para dar prioridade às opções de crescimento com maior potencial de criação de valor e ao mesmo tempo reduzir riscos no desenvolvimento e execução de nossos projetos. Continuamos otimistas quanto ao futuro da indústria das energias renováveis e estamos confiantes de que podemos contribuir para acelerar a expansão das energias renováveis nos próximos anos", disse o CEO Mads Nipper.
A empresa tinha já anunciado a desistência dos projetos eólicos offshore em Nova Jérsia, nos Estados Unidos, bem como o reposicionamento do projeto Skipjack Wind, também nos EUA, concentrando o seu portfólio norte-americano de energia eólica no mar no Atlântico Nordeste.
"Para reduzir os custos de desenvolvimento e criar um maior foco estratégico no mercado, a Ørsted está a sair de vários mercados offshore (incluindo Noruega, Espanha e Portugal), a retirar a prioridade às atividades no Japão e a planear um desenvolvimento mais eficiente no âmbito da energia eólica offshore flutuante", referiu a empresa em comunicado, acrescentando que o cancelamento de projetos resultará numa poupança de 4,7 mil milhões de euros em investimento entre 2024 e 2026 e numa "carteira de projetos mais robusta e reorientada para a estratégia offshore nos EUA".
Em conferência de imprensa em Londres, depois de apresentar os resultados e o novo plano estratégico da Ørsted, o responsável acrescentou que a empresa está a "tentar restaurar a confiança dos investidores depois de uma expansão agressiva no mercado dos EUA e de taxas de juro mais elevadas terem deixado o grupo dinamarquês com imparidades multibilionárias. Aos jornalistas, Nipper disse que a empresa "sentiu o impacto dos desafios do mercado nos últimos anos", mas "aprendeu com esses desafios e implementou mudanças significativas".
"2023 marcou um ano com desafios substanciais para a Ørsted. Os nossos resultados financeiros foram são afetados negativamente pelas imparidades que assumimos nos nossos projetos offshore nos EUA no terceiro trimestre de 2023 e pela provisão para as taxas de cancelamento relacionadas com a cessação do desenvolvimento do projeto offshore Ocean Wind 1 e Ocean Wind 2", tinha já referido o CEO em comunicado, sublinhando que "os lucros das instalações offshore mais do que duplicaram em 2023, em comparação com 2022, e estrearam três grandes projetos eólicos offshore com uma capacidade total de 4,5 GW até à decisão final de investimento, no Reino Unido, nos EUA e em Taiwan".
Já o chairman do grupo, Thomas Thune Andersen, anunciou que deixará o cargo após quase uma década. A saída acontece depois de o ex-diretor financeiro, Daniel Lerup, e o diretor de operações, Richard Hunter, também já terem saído, em novembro de 2023.
As dificuldades enfrentadas pela Ørsted neste momento refletem as pressões que o setor da energia enfrenta neste momento, com os investidores a defenderam que a culpa é das taxas de juro mais elevadas, dos planos de expansão excessivamente ambiciosos e das perturbações nas cadeia de abastecimento que atingiram o setor nos últimos dois anos. A dinamarquesa tem sido particularmente exposta a todas estas adversidades, devido à sua presença no mercado dos EUA.
No início da sessão bolsista desta quarta-feira, as ações da Ørsted caíram quase 2% por cento, refere o Financial Times.
A Ørsted tinha anunciado que ia concorrer, em consórcio com a Repsol, ao futuro leilão de energia eólica offshore no país, o que já não deverá acontecer. O Ministério do Ambiente e da Ação climática já confirmou ao Negócios que caberá ao próximo Governo lançar este leilão, no entanto as reuniões com os 50 consórcios interessados já decorreram e os atuais responsáveis governamentais pela pasta da energia garantem que se mantém a confiança e o interesse em participar no procedimento que vai atribuir os primeiros 3,5 GW no mar em Portugal.
A empresa tinha já anunciado a desistência dos projetos eólicos offshore em Nova Jérsia, nos Estados Unidos, bem como o reposicionamento do projeto Skipjack Wind, também nos EUA, concentrando o seu portfólio norte-americano de energia eólica no mar no Atlântico Nordeste.
"Para reduzir os custos de desenvolvimento e criar um maior foco estratégico no mercado, a Ørsted está a sair de vários mercados offshore (incluindo Noruega, Espanha e Portugal), a retirar a prioridade às atividades no Japão e a planear um desenvolvimento mais eficiente no âmbito da energia eólica offshore flutuante", referiu a empresa em comunicado, acrescentando que o cancelamento de projetos resultará numa poupança de 4,7 mil milhões de euros em investimento entre 2024 e 2026 e numa "carteira de projetos mais robusta e reorientada para a estratégia offshore nos EUA".
Em conferência de imprensa em Londres, depois de apresentar os resultados e o novo plano estratégico da Ørsted, o responsável acrescentou que a empresa está a "tentar restaurar a confiança dos investidores depois de uma expansão agressiva no mercado dos EUA e de taxas de juro mais elevadas terem deixado o grupo dinamarquês com imparidades multibilionárias. Aos jornalistas, Nipper disse que a empresa "sentiu o impacto dos desafios do mercado nos últimos anos", mas "aprendeu com esses desafios e implementou mudanças significativas".
"2023 marcou um ano com desafios substanciais para a Ørsted. Os nossos resultados financeiros foram são afetados negativamente pelas imparidades que assumimos nos nossos projetos offshore nos EUA no terceiro trimestre de 2023 e pela provisão para as taxas de cancelamento relacionadas com a cessação do desenvolvimento do projeto offshore Ocean Wind 1 e Ocean Wind 2", tinha já referido o CEO em comunicado, sublinhando que "os lucros das instalações offshore mais do que duplicaram em 2023, em comparação com 2022, e estrearam três grandes projetos eólicos offshore com uma capacidade total de 4,5 GW até à decisão final de investimento, no Reino Unido, nos EUA e em Taiwan".
Já o chairman do grupo, Thomas Thune Andersen, anunciou que deixará o cargo após quase uma década. A saída acontece depois de o ex-diretor financeiro, Daniel Lerup, e o diretor de operações, Richard Hunter, também já terem saído, em novembro de 2023.
As dificuldades enfrentadas pela Ørsted neste momento refletem as pressões que o setor da energia enfrenta neste momento, com os investidores a defenderam que a culpa é das taxas de juro mais elevadas, dos planos de expansão excessivamente ambiciosos e das perturbações nas cadeia de abastecimento que atingiram o setor nos últimos dois anos. A dinamarquesa tem sido particularmente exposta a todas estas adversidades, devido à sua presença no mercado dos EUA.
No início da sessão bolsista desta quarta-feira, as ações da Ørsted caíram quase 2% por cento, refere o Financial Times.