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Bruxelas liberta 5,6 milhões para gasoduto que abre as portas da Europa a Sines

Um dos objectivos do Midcat é levar o gás natural da Argélia para o resto da Europa, reduzindo a dependência da Rússia. Mas este projecto vai abrir as portas à exportação de gás de África e dos Estados Unidos a partir dos portos ibéricos, incluindo Sines.

Jean-Claude Juncker
06 de Abril de 2016 às 17:15
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Bruxelas vai libertar 5,6 milhões de euros para os estudos necessários ao início das obras de construção do terceiro gasoduto entre a Penísula Ibérica e a Europa.

O objectivo deste projecto, conhecido como Midcat, é aumentar a capacidade de transporte de gás natural entre Espanha e França, aumentando a ligação com a Europa e contribuindo para o fim do isolamento energético da Península Ibérica.

"Este projecto irá contribuir para aumentar a actual capacidade de interconexão dos sistemas de gás existentes entre França e Espanha e permitir novos fluxos bidireccionais de gás entre os dois países", diz a Comissão Europeia em comunicado divulgado esta quarta-feira, 6 de Abril.

Este gasoduto irá ficar localizado na zona leste dos Pirinéus entre a comunidade autónoma da Catalunha e França. Actualmente, já existem outros dois gasodutos entre os dois países com uma capacidade de transporte de sete mil milhões de metros cúbicos de gás natural. Com o Midcat construído, a capacidade de transporte entre França e Espanha vai aumentar para os 15 mil milhões de metros cúbicos de gás.

Um dos objectivos do Midcat é levar o gás natural da Argélia, que chega via dois gasodutos a Espanha, para o resto da Europa. Mas este projecto também abre a porta ao gás oriundo de África (como a Nigéria) que chega aos sete portos ibéricos preparados para o receber, incluindo o terminal de Sines.

Ao mesmo tempo, vai tornar Portugal e Espanha mais atraentes para receber o gás de xisto norte-americano, cujas exportações deverão começar a chegar à Europa este ano.

Bruxelas prevê a conclusão do Midcat para 2020 que deverá custar um total de 470 milhões de euros. Este projecto também vai contribuir para diminuir a dependência europeia da Rússia, que abastece 40% do gás natural consumido todos os anos na União Europeia. O gasoduto catalão poderá reduzir em 10% as importações de gás da Rússia, segundo contas da Associação Espanhola de Gás (Sedigas).

Este projecto integra a lista da União Europeia de projectos de interesse comum e a sua importância estratégica foi reconhecida no memorando de entendimento assinado entre Portugal, Espanha e França em Março de 2015, para diminuir o isolamento energético da Península Ibérica.

Regulador pediu adiamento da terceira ligação Portugal-Espanha
O início da construção do Midcat foi precisamente uma das razões pela qual a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) defendeu o adiamento do investimento da terceira ligação de gás natural entre Portugal e Espanha.

O regulador português para a energia considera que este investimento da REN de 137 milhões de euros entre 2016 e 2019 poderia provocar um aumento nos preços do gás. Depois, a ERSE considera que Portugal deve esperar que Espanha e França avançem primeiro, para depois fazer a sua parte deste projecto de interligação energética europeu. Apontou também que a REN deve esperar pelos subsídios comunitários para saber se avança com o projecto.
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