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Artur Trindade: “Tem de se falar menos nas interligações e mais na modernização das redes”

O antigo secretário de Estado da Energia considera que o reforço das interligações faz sentido. Mas, neste momento, não deve ser puxado para a mesa das negociações por Portugal ou Espanha.

Bruno Simão/Negócios
07 de Outubro de 2020 às 13:33
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Para Artur Trindade, antigo secretário de Estado da Energia, neste momento a prioridade do país deve ser a melhoria das redes, no sentido de "torná-las mais inteligentes" e garantir a segurança de abastecimento face às alterações do desenho do modelo do sistema elétrico que será necessário com o fecho das centrais a carvão e o aumento da produção através de energias limpas. Por essas razões, considera que o tema do reforço das interligações, que tem estado no centro dos debates do setor nos últimos anos, não deve ser colocado no topo da agenda, pelo menos por "Portugal ou Espanha", referiu durante a conferência da APREN que está a decorrer esta quarta-feira. 

"Se calhar tem de se falar menos na questão das interligações e mais na modernização das redes", reforçou o presidente da OMIP, entidade responsável pela gestão da bolsa de futuros de eletricidade para Portugal e Espanha. Uma função que, como foi noticiado, pode vir a ser suspensa pela CMVM devido ao Caso EDP.

Artur Trindade explicou que "as prioridades alteraram-se na medida que se alteram os interesses de quem está este jogo". "Essa prioridade, do ponto de vista dos consumidores, não é a mesma de há três décadas", até porque "ter energia ao mesmo preço que os outros países hoje passa a ser ter energia mais cara", referiu. Por estes motivos, considera que o reforço das interligações entre a Península Ibérica e o resto da Europa, a partir de França, "é um debate obsoleto. São pedidos datados".

O responsável fez questão ainda de sublinhar que esta posição não significa que considera que as interligações não façam sentido. Só não deve é ser Portugal ou Espanha a puxar por essa agenda. "Uma coisa é apoiarmos essa ideia, outra coisa é sermos nós na  mesa de negociação a puxar por esse tema", defendeu.

Além do foco no melhoria e modernização das redes, o antigo secretário de Estado da Energia referiu também que as novas tecnologias vão ter um papel que "não pode ser esquecido" e "merecem uma nova resposta". E dando como exemplo o armazenamento e os veículos elétricos defendeu que é necessário "que haja uma maior ponderação, que tem sido esquecida no desenho do mercado em momentos anteriores". 

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