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Quem vai investir na mudança do sistema elétrico “são as empresas, não é o Estado”
O presidente executivo da Endesa defende que é “crucial” criar condições “razoáveis” para que as intenções de investimento não fiquem na gaveta. E alerta que "quem vai investir são as empresas, não é o Estado".
A aposta na transição energética veio alterar de forma "radical" o setor e conduziu a uma "mudança histórica sobre toda a forma como se olha o sistema elétrico", destacou Nuno Ribeiro da Silva, presidente executivo da Endesa, durante a conferência organizada pela APREN que está a decorrer esta quarta-feira.
O responsável não escondeu que do lado das empresas a adaptação é "um desafio enorme". "É como termos tirado a carta para carros blindados e agora termos que conduzir um veículo de duas rodas para nos ajustarmos às dinâmicas dos condutores de automóveis", comparou. Esta mudança "coloca uma responsabilidade acrescida aos atores integrados", acrescentou.
Durante a conferência, Nuno Ribeiro da Silva aproveitou ainda para relembrar que "quem vai fazer esse investimento" para acompanhar as mudanças "são as empresas, não é o Estado".
"Ouvimos muitas coisas de polícias de turno sobre ser necessário estar atentos" aos valores que vão ser precisos, mas, "em primeiro lugar, são afirmações de gente ignorante". No entanto, "se se generalizam e levam a medidas e tomadas de posições radicais, em termos legais, faz com que tudo isto sejam intenções bonitas mas que ficam na gaveta", alertou.
"É crucial que sejam criadas condições razoáveis para as empresas realizarem em ambiente de risco os elevadíssimos investimentos que são necessários", defendeu.