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Leilões de energia renovável já pouparam 100 millhões aos consumidores

A presidente da ERSE, Cristina Portugal, revelou que, nos últimos oito anos, os 32 leilões da produção do regime especial (PRE) permitiram poupança de 100 milhões de euros aos consumidores.

A ERSE, entidade liderada por Cristina Portugal, colocou a proposta em consulta pública no final do mês passado.
António Cotrim
07 de Outubro de 2020 às 11:10
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A integração de energias renováveis vai obrigar a alterações no modelo do sistema elétrico em Portugal. E a ERSE não será "um obstáculo" nesse caminho da integração de novas tecnologias e introdução de modelos de inovação, mas não é ao regulador que "cabe esta iniciativa", defendeu a presidente do regulador da energia, Cristina Portugal, na conferência da APREN que está a decorrer esta quarta-feira. "O papel da ERSE é ser "garante de estabilidade", acrescentou.

"O mundo da energia está a mudar muito depressa", referiu. E, nesta mudança, Cristina Portugal destacou o papel "premente" da integração das energias renováveis. 

 

Uma aposta que o país tem feito e que segundo os números revelados pela presidente da ERSE já está a dar frutos. Os 32 leilões da produção do regime especial (PRE), em que se incluem fontes renováveis e cogeração, realizados nos últimos oito anos "até hoje permitiram uma poupança de sobrecustos de 100 milhões de euros para os consumidores", o que significa uma redução média anual de cerca de 11,2 milhões de euros, revelou. Os leillões PRE foram iniciados pela ERSE em 2012 e estes sobrecustos são pagos por todos os consumidores nas tarifas.

O objetivo do arranque desta iniciativa era permitir aos comercializadores em mercado o acesso a fontes de abastecimento em condições de estabilidade e menor volatilidade do preço, bem como permitir ao comercializador de último recurso (CUR), a quem cabe comprar toda a PRE, diminuir a volatilidade do preço de venda e, com isso, estabilizar o sobrecusto da PRE.

Nos 32 leilões realizados entre 2012 e 2019 foi adjudcado um volume total de cerca de 43,4 TWh (mais de 85% do consumo anual em Portugal continental). E, segundo a ERSE, a totalidade dos volumes colocados a licitação em todos os leilões realizados até à data foi integralmente colocada, tendo-se verificado sempre um 

excesso de procura.

Nesse período, "o preço médio de mercado diário situou-se em 47,61
€/MWh, enquanto o preço médio da energia entregue nos produtos colocados em leilão foi de 49,93 €/MWh, com uma margem positiva para o CUR, e consequentemente para o sistema elétrico no seu todo, de 2,32 €/MWh". Esta margem traduziu-se num valor acumulado de 100,77 milhões de euros, "um benefício liquido para o Sistema Elétrico Nacional, na medida em que correspondeu a uma efetiva redução do sobrecusto com a PRE e, consequentemente, dos encargos suportados pelos consumidores nas tarifas".

 

 

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