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Alberto João Jardim: Sector energético "nunca devia ter saído das mãos do Estado"

Os accionistas chineses da EDP lançaram, esta sexta-feira, uma OPA sobre a eléctrica, oferecendo uma contrapartida de 3,26 euros. Um valor que representa um prémio de 4,82%face ao valor de fecho de sexta-feira.

Miguel Baltazar
12 de Maio de 2018 às 14:22
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O antigo e histórico presidente do Governo Regional da Madeira, Alberto João Jardim, mostrou-se, este sábado, contra a privatização do sector energético, frisando que "nunca devia ter saído das mãos do Estado", avança a Lusa.


Convidado pelos jornalistas, em Beja, a comentar a oferta pública de aquisição (OPA) voluntária lançada na sexta-feira pela China Three Gorges sobre o capital da EDP, o social-democrata Alberto João Jardim disse: "Não digo nada, porque sou contra a privatização do sector energético".


"Acho que o sector energético nunca devia ter saído das mãos do Estado", afirmou, à margem da cerimónia comemorativa dos 44 anos do PSD, em Beja, na qual foi homenageado pelo partido.


Questionado sobre se a EDP ir parar a mãos de accionistas chineses pode ser um risco para Portugal, Alberto João Jardim respondeu: "Tanto me faz".


"Quando o Estado funciona, podem vir chineses, afegãos, ucranianos... O Estado funciona, não há problema. Agora, o que está errado é o sector energético na mão de particulares", disse.


Questionado como tem visto a vida política nacional, o antigo governante da Madeira disse que Portugal "não está no bom caminho" e "parece que está a ficar, finalmente, emburguesado, aceita tudo e mais alguma coisa, até o aumento da gasolina todas as semanas".


"Isto é tudo um disparate", frisou, referindo ser "suspeito" para falar, porque "sempre" foi "opositor do sistema político da Constituição de 1976", o que lhe deu "o gozo de ganhar eleições" naquele sistema.


Portugal está "a crescer muito pouco" e "todos os anos a aumentar a carga fiscal", disse, referindo que "principalmente a classe média está a pagar bastantes" impostos.


Por outro lado, anualmente, o produto interno bruto (PIB) "cresce metade do que sobe a carga fiscal", frisou, sublinhando: "Há aqui qualquer disparidade, dá a impressão de que o dinheiro é para assistencialismo e não para investimento".


Segundo Alberto João Jardim, se Portugal "continua a crescer muito menos do que a Europa, daqui a 10 ou 25 anos está outra vez mais atrasado".


"É preciso fazer mais um esforço de investimento público e não criar empregos artificiais, através de umas formações e da precariedade", defendeu.


A precariedade, alertou, "é uma coisa que temos de combater e que serve muitas vezes para camuflar o desemprego real".

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