A Shell está a olhar para os activos da Petrobras. A petrolífera anglo-holandesa tem cinco mil milhões de dólares (4,6 mil milhões de euros) para gastar e está compradora no Brasil.

A notícia é avançada pela agência Reuters esta sexta-feira, 7 de Agosto, que cita várias fontes próximas da companhia.

A Petrobras anunciou este ano que pretende desfazer-se de activos no valor de 14 mil milhões de dólares nos próximos anos, depois de ter registado prejuízos no ano passado e no meio da investigação das autoridades ao caso de corrupção Lava Jato.

E são precisamente estes activos que a Shell tem agora debaixo de olho, ao lado de companhias como a Exxon Mobil, Total ou BP, especialmente os que já estiverem a produzir petróleo, incluindo a compra de participações nos consórcios que pesquisam e exploram nas águas profundas do pré-sal.

Foi este ano que a Royal Dutch Shell comprou a BG Group por mais de 64 mil milhões de euros, no que foi o maior negócio do sector de petróleo e gás da última década.

O negócio ainda aguarda por a autorização dos reguladores, mas quando ficar formalizado a Shell vai tornar-se no maior investidor estrangeiro nas águas profundas do Brasil.

A Shell anunciou ainda a intenção de vender 30 mil milhões de dólares em activos até 2018 para melhorar o seu balanço, após a compra da BG, com o objectivo de focar-se na produção de petróleo em águas profundas e no gás natural.

Com a venda de activos e, ao mesmo tempo, a vontade de investir no Brasil, a companhia anglo-holandesa está a apostar numa carteira de investimentos menos diversificada geograficamente para passar a focar-se no petróleo brasileiro.

Com este negócio, a Galp ganhou um novo parceiro no Brasil, pois é parceira da companhia britânica no bloco BM-S-11 na Bacia de Santos e também na Bacia de Barreirinhas. A petrolífera nacional já declarou, por várias vezes, que está atenta a possíves negócios no Brasil.