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UE deve começar já a preparação para a próxima crise energética

Bruxelas está a pressionar os estados-membros para que tentem forçar uma mudança de posição de Israel.
Yves Herman/ Reuters
18 de Março de 2024 às 12:02
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Economistas internacionais apelam a uma maior cooperação entre os países da União Europeia (UE) na questão energética, desafiando-os a prepararem-se já para uma próxima crise no setor para evitar os erros do passado.

"Apelamos à Comissão Europeia e aos líderes políticos para que criem um gabinete estratégico focado na preparação da próxima crise energética [...] identificando potenciais fragilidades com antecedência, comunicando as medidas necessárias a tomar e os seus custos", revelou Karen Pittel em conferência de imprensa.

A investigadora, do Instituto ifo (Instituto Leibniz de Investigação Económica da Universidadede Munique) é uma das autoras do estudo "Watts Next: Securing Europe's Energy and Competitiveness, Where the EU's Energy Policy Should Go Now", publicado hoje.

Os investigadores internacionais da área da economia defendem um gabinete semelhante ao criado em Singapura e Taiwan, neste caso para as questões de saúde. De acordo com os peritos, esta abordagem deu bons resultados a Tawain durante a pandemia de covid-19, porque permitiu que o país estivesse bem preparado.

"Quando a Rússia invadiu a Ucrânia, fomos apanhados de surpresa, embora já há alguns anos existissem sinais de que algo poderia estar prestes a acontecer", apontou Julio Saavedra, do Instituto ifo.

O coautor do estudo acredita que esta nova entidade europeia deveria ser capaz de antecipar, não apenas crises energéticas, mas também ciberataques ou outras ameaças geopolíticas.

"É uma solução que não custa muito dinheiro e pode ser implementada. Não deveríamos ser apanhados de surpresa como aconteceu em 2022", acrescentou.

"Quando atravessamos uma crise, todos falamos em como podemos aumentar a segurança, estarmos seguros a longo prazo. Mas um ano ou dois anos depois da crise terminar, já ninguém se lembra. O que precisamos é de um processo, e um gabinete criado com esse propósito pode ajudar, que nos ajude a entender quanto queremos gastar e investir na nossa segurança em diferentes áreas", sugeriu Karen Pittel.

A investigadora lamenta que, neste caso, se fale "mais de cortes do que de investimento".

Os autores do documento para a rede de investigação EconPol Europe apelam para a necessidade de uma maior cooperação ao nível europeu.

"A mudança para fontes de energia não fósseis não só pode reduzir a dependência estratégica, como também, se for feita corretamente, pode baixar os preços da eletricidade e ajudar a UE e os seus Estados-Membros a atingir os seus objetivos climáticos", pode ler-se no documento de 60 páginas já disponível.

"Uma maior integração dos mercados europeus da eletricidade e das redes de gás é essencial para equilibrar melhor as carências regionais", aponta o estudo.

Devem ser evitadas intervenções governamentais nos preços, defendem os investigadores, explicando que estas medidas diminuem os esforços de poupança e reduzem os incentivos ao investimento.

As intervenções a curto prazo podem dificultar a reestruturação do sistema energético a longo prazo. Se, mesmo assim, forem implementadas, deve ser encontrado um equilíbrio entre as medidas de apoio às famílias e às empresas.

O relatório recomenda aos governos da UE que criem uma margem de manobra financeira para poderem prestar apoio em tempos de crise, sendo necessário promover uma transição para uma economia de baixo carbono.

Tal não implicaria necessariamente um aumento da dívida pública, mas sim uma redução das despesas, por exemplo, através da abolição dos subsídios aos combustíveis fósseis.
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