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Subida do VAB das exportadoras foi inferior à das outras empresas

O crescimento do valor acrescentado bruto de quem mais vende no estrangeiro ficou aquém do esperado em 2016 por causa dos preços. As grandes empresas fazem 40% das vendas, mas são as PME que asseguram 80% do emprego.

Bruno Simão
António Larguesa alarguesa@negocios.pt 08 de Fevereiro de 2018 às 14:47

O crescimento do Valor Acrescentado Bruto (VAB) das sociedades de grande dimensão com perfil exportador ficou-se pelos 2,2% em 2016, enquanto o aumento neste indicador ascendeu a 6,1% no caso das outras empresas portuguesas que também empregam mais de 250 trabalhadores ou vendem acima de 50 milhões de euros, mas que estão menos expostas ao comércio internacional.

 

No mesmo período, segundo divulgou o INE esta quinta-feira, 8 de Fevereiro, também as PME que fizeram mais de metade das vendas no estrangeiro obtiveram um excedente – resultante da diferença entre o valor da produção e o do consumo intermédio – que ficou aquém do verificado nas restantes empresas portuguesas (4,6% vs. 7,8%).

 

Estes resultados contrariam a evolução verificada no exercício anterior, sendo que o instituto público de estatísticas justifica que "esta diferente evolução nominal pode reflectir em larga medida, diferentes comportamentos de preços". É que, de acordo com as Contas Nacionais, nesse ano de 2016 o deflator do PIB (+1,4%) foi superior ao deflator das exportações (-2,2%).

 

Em termos globais, a média de facturação das empresas exportadoras superou os cinco milhões de euros em 2016, enquanto o volume de negócios das que não venderam (tanto) para fora se ficou pelos 634 mil euros. E se estas últimas empregam uma média de seis pessoas, nas exportadoras esse indicador sobe para 29 funcionários, gerando também muito mais postos de trabalho.

 

O peso das exportadoras no volume de negócios total aumentou cinco pontos percentuais entre 2008 e 2016, segundo cálculos do INE, que identificou também o terceiro ano consecutivo de aumento do número de sociedades de elevado crescimento, onde encaixa aquelas que nos últimos três exercícios cresceram a dois dígitos no número de trabalhadores remunerados.

Nestas condições estavam um total de 5.553 empresas – mais 984 do que em 2015, mas ainda abaixo do número que havia em 2008, antes da crise –, cujo VAB gerado pesou 16,8% no valor global, menos 0,7 pontos percentuais (p.p.) do que no ano anterior.

 

Alojamento e restauração disparam indicadores


Na publicação "Empresas em Portugal 2016", o INE apresenta os valores definitivos para caracterizar a estrutura e a evolução do sector empresarial português. No final desse ano havia 1.196.102 empresas não financeiras no país, que empregavam 3,7 milhões de pessoas e geraram um volume de negócios de 340.480 milhões de euros, mais 2,7% do que em 2015.

 

O comércio foi o sector que mais contribuiu para esta variação nas vendas (1,3 p.p.). Já o ramo do alojamento e restauração voltou a destacar-se com os maiores acréscimos no volume de negócios, no VAB e no Excedente Bruto de Exploração (EBE), com crescimentos de 14,8%, 21,4% e 41,5%, respectivamente.

 

Outro segmento destacado pelo INE foi o da energia e água, que nesse ano mais do que dobrou (111%) o número de empresas. Essa explosão, porém, pode ser explicada pelo elevado número de novos empresários individuais naquele sector, associados à microprodução de energia eléctrica.

 

Os dados agora revelados mostram ainda que, apesar de serem apenas 1.038 – contra quase 1,2 milhões de PME –, as empresas não financeiras de grande dimensão, cujo número aumentou 2,5% no espaço de um ano, foram responsáveis pela realização de quase 40% do volume de negócios em Portugal. Em termos de postos de trabalho as PME continuam a ser "imbatíveis", assegurando 80% do emprego.

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