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Vêm aí mais 200 milhões para financiar PME e "midcaps"
Está assinado o primeiro empréstimo do Banco Europeu de Investimento ao Banco do Fomento, prevendo este acordo uma contribuição de igual valor por parte dos intermediários financeiros para apoiar projectos em Portugal.
Cerca de 200 milhões de euros vão ser disponibilizados às empresas portuguesas no âmbito de uma nova linha de crédito para apoiar projectos de investimento em Portugal. As PME podem receber até 12,5 milhões por projecto, enquanto nas "midcaps" (empresas de média capitalização, até 3.000 trabalhadores) esse limite sobe para 25 milhões de euros.
Este novo instrumento está em condições de avançar devido a um empréstimo de 100 milhões de euros do Banco Europeu de Investimento (BEI) à Instituição Financeira de Desenvolvimento (IFD). Este primeiro acordo com o banco da União Europeia permite ao chamado Banco do Fomento "facultar linhas de crédito ao sistema bancário nacional em condições financeiras vantajosas, tanto em termos de baixas taxas de juro como de longos prazos".
O contrato assinado esta manhã, no Ministério da Economia, em Lisboa, pelo vice-presidente do BEI, Román Escolano, e pelo administrador executivo da IFD, Henrique Cruz, é a primeira tranche – a outra será de 150 milhões – de um empréstimo que permitirá injectar, desde já, perto de 200 milhões de euros. É que o acordo prevê que "os intermediários financeiros contribuem com um montante, pelo menos, igual ao do empréstimo do BEI em benefício das PME e ‘midcaps’".
Projectos de investimento e o reforço de fundo de maneio, indústrias exportadoras inovadoras e empresas de diversos sectores, em particular indústria, turismo, agricultura e silvicultura. São estes os alvos desta linha de financiamento, com o líder da IFD, criada no meio de muita polémica pelo anterior Governo, a frisar em comunicado que "este é um passo crucial" para se tornar num "verdadeiro banco promocional e cumprir a [sua] missão".
"Tal como os seres humanos, as instituições jovens podem beneficiar das parcerias com outras mais experientes. É desta forma que vemos o acordo com o BEI, estamos certos que será o primeiro de muitos no futuro", completou Alberto Castro, presidente do Conselho de Administração da IFD, que há dias admitiu que o Banco do Fomento ficou "aquém" dos objectivos, lamentando as "dificuldades e erros" no lançamento da instituição e enumerando as razões pelas quais seria "difícil que a receita funcionasse à primeira".
Esta manhã, na cerimónia de assinatura do contrato, o vice-presidente do BEI, Román Escolano, lembrou que os bancos e estas instituições de política pública, como o Banco do Fomento, são "parceiros-chave do BEI em toda a União Europeia" e mostrou-se "convencido de que uma instituição promocional nacional em Portugal, completamente equipada para desenvolver actividades de ‘on-lending’, desempenhará um importante papel na economia".
O BEI atribuiu um total de 1.906 milhões de euros de financiamento para apoiar 25 projectos em 2017, com Román Escolano a afirmar, na véspera deste acordo com a IFD, que foi "um ano excepcional". Portugal ocupou nesse período a sexta posição entre os países da União Europeia que mais beneficiaram dos apoios da instituição em percentagem do PIB, com o responsável a realçar que "esse financiamento representou cerca de 1 % do PIB português".