Não há quaisquer negociações entre a Sonaecom e a Zon Multimédia para a concretização de uma fusão. A garantia foi dada esta terça-feira pela proprietária da Optimus, depois de, na sexta-feira, Miguel Almeida ter dito que uma fusão entre as duas empresas “faz sentido”.

Respondendo a um pedido de esclarecimento da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a empresa presidida por Ângelo Paupério (na foto) teve de esclarecer, em comunicado ao mercado, que as declarações de Miguel Almeida foram apenas a “propósito de uma hipotética operação de fusão entre a mesma Sonaecom e a Zon”, numa resposta a uma pergunta formulada de “forma abstracta e hipotética”.

“Acreditamos que é uma operação que gera valor para o mercado na medida em que cria um operador mais completo e com posição mais forte, gera valor para os accionistas", disse Miguel Almeida à agência Reuters, à margem da IX Conferência Ibérica do BPI, na passada sexta-feira.

“Tais declarações, apesar de confirmarem o sentido e a lógica da referida operação, nada acrescentam ao que tem vindo a ser afirmado por diversas entidades, entre as quais se inclui a própria Sonaecom, ao longo dos últimos quatro anos”, adiantou a empresa de telecomunicações no comunicado emitido através da CMVM. A possibilidade de consolidação entre as duas empresas é falada desde 2007. A Sonaecom sempre afirmou que a operação tinha sentido e chegou a admitir conversações, há alguns anos. Contudo, já este ano foi dito pela empresa que não havia nada de novo sobre o tema e que não havia negociações.

A Sonaecom salienta, esta terça-feira, que não há nenhuma negociação em curso quando refere que “não existe, de resto, sobre este tema, qualquer informação que a Sonaecom deva prestar ao mercado em obediência à lei geral ou aos regulamentos da CMVM”.

Ao Negócios, a reguladora do mercado de capitais liderada por Carlos Tavares disse, na sexta-feira, que estava “a acompanhar a situação”. Na sessão de bolsa, as duas cotadas marcaram valorizações superiores a 7% na sequência das declarações.

Também na semana passada foi divulgada uma nota de análise do banco de investimento do BPI que indicava que “praticamente todas as peças” para uma fusão entre a Sonaecom e a Zon estavam “encaixadas”.