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Sonae supera previsões com aumento de 23% nos lucros
A empresa liderada por Paulo Azevedo beneficiou com o aumento das receitas no retalho e com a descida do endividamento, que reduziu os custos financeiros.
A Sonae SGPS fechou 2016 com um resultado líquido atribuível aos accionistas de 215 milhões de euros, o que traduz um aumento de 22,7% face ao obtido em 2015.
O valor superou as estimativas dos analistas, que apontavam para lucros de 180 milhões de euros, tendo em conta a média das previsões do CaixaBI, Fidentiis e Barclays.
A melhoria dos resultados líquidos ficou a dever-se à evolução positiva de quase todas as linhas da demonstração de resultados, com destaque para a subida das receitas, aumento do EBITDA e descida dos prejuízos financeiros.
O volume de negócios aumentou 7,2% para 5.376 milhões de euros, sendo que o EBITDA progrediu 5,9% para 419 milhões de euros. A margem recuou uma décima para 7,7%.
A Sonae destaca em comunicado que que a subida das receitas beneficiou com o "desempenho dos negócios de retalho", área de negócio onde as receitas subiram 5,6% devido ao crescimento orgânico (1,9%) e aumento do número de lojas (1 hipermercado Continente, 25 Continente Bom Dia e 77 lojas Meu Super). A empresa destaca que nos últimos três meses do ano passado as receitas da Sonae MC superaram os mil milhões de euros, o que acontece pela primeira vez num trimestre.
No retalho não alimentar (Sonae SR) o volume de negócios aumentou 11,1%, "suportado pela Worten e pela divisão de Sports and Fashion". No aumento do EBITDA a Sonae destaca "o crescimento da rentabilidade da Sonae SR, o investimento em preço e na expansão do parque de lojas da Sonae MC e a contribuição positiva da rúbrica de itens não recorrentes, nomeadamente os ganhos de capital em operações de sale and leaseback".
Dívida baixa e investimento aumenta
A Sonae investiu 437 milhões de euros no ano passado, o que representa um crescimento de 137 milhões de euros.
A empresa atribui este aumento sobretudo à Sonae MC, que "acelerou a expansão do parque de lojas", mas também à Sonae SR, "que concretizou a aquisição da Salsa" e à Sonae IM, "que efectuou aquisições na área de tecnologia, nomeadamente a InovRetail e a Armiliar Venture Partners".
Apesar do aumento do investimento, a Sonae baixou a sua dívida em 2016, fruto do "ambicioso programa de refinanciamento com o objectivo de reforçar a sua estrutura de capital". A empresa liderada por Paulo Azevedo refinanciou mais de mil milhões de euros de dívida depois de ter lançado um concurso formal com um grupo de bancos locais e internacionais.
Consegui desta forma aumentar o perfil de maturidade média da dívida, que se manteve acima de 4 anos, e baixas os custos financeiros, com os resultados negativos a melhorarem de -57 para -46 milhões de euros.
Já a dívida líquida baixou 6% para 1.215 milhões de euros. "A Sonae continuou a cumprir o objectivo de não possuir necessidades de refinanciamento para os 18 meses seguintes tendo, ao mesmo tempo, melhorado as suas condições gerais de financiamento", refere a empresa em comunicado.
No comunicado com a apresentação de resultados, a Sonae assinala ainda que terminou o ano com mais de 40 mil colaboradores, tendo ao longo do ano criado mais de 2 mil postos de trabalho. "Esta criação de emprego traduz o crescimento das áreas de negócios da Sonae, que conseguiram conquistar a confiança dos seus clientes e expandir-se tanto em Portugal como no exterior", refere o comunicado.
Ângelo Paupério, Co-CEO da Sonae, assinala que "o ano de 2016 foi para a Sonae um ano de significativo progresso no desenvolvimento da estratégia corporativa e das diferentes áreas de actividade, com resultados muito relevantes em termos de crescimento e reforço das posições competitivas dos principais negócios".