A Cimpor registou no terceiro trimestre lucros de 69,2 milhões de euros, o que permitiu à cimenteira reduzir para 5,6 milhões as perdas desde o início deste ano. Há um ano os prejuízos da Cimpor somavam 165 milhões.

De acordo com o relatório financeiro intercalar consolidado do terceiro trimestre, entre Julho e Setembro o grupo bateu recordes de volume de negócios e EBITDA, registando uma subida de 74% do resultado líquido face ao ano passado.

Vendas de cimento cresceram 27,6% face ao terceiro trimestre de 2012, “impulsionadas pelo bom desempenho dos novos activos do Brasil e Argentina e pela actividade de trading”, destaca a cimenteira, acrescentando que o volume de negócios registou um recorde trimestral de 684,3 milhões de euros aumentando 31,3%.

No conjunto dos nove meses, o volume de negócios da Cimpor cresceu 23,4% para 1.984,3 milhões de euros.

O EBITDA do grupo soma, por seu lado, 481,5 milhões de euros, mais 14,2% do que no mesmo período do ano passado. Só no terceiro trimestre o crescimento do EBITDA foi de 28%, atingindo os 197,3 milhões.

De acordo com os resultados divulgados, em termos acumulados  os activos adquiridos continuam a multiplicar o volume de negócios (2,2) e o EBITDA (2,9 vezes) comparativamente com os activos alienados.

Nos primeiros nove meses do ano, os novos activos contribuíram com 191,2 milhões de euros de EBITDA, o que compara com os 66,2 milhões dos activos alienados em 2012 à Votorantim.

No que respeita ao volume de negócios, os activos resultantes da permuta, no Brasil, Argentina e Paraguai, contribuíram com 941,3 milhões de euros até Setembro.

Desde o início do ano, o volume de negócios no Brasil, incluindo os novos activos adquiridos em Dezembro de 2012, cresceu 78,4% e em Moçambique o aumento foi de 6,1%.

Já em Portugal e Cabo Verde, o volume de negócios da cimenteira recuou 13,1%, no Egipto 3,2% e na África do Sul 8,3%.

Os resultados financeiros do grupo até Setembro atingiram os 290,8 milhões de euros negativos, o que compara desfavoravelmente com os 112,5 milhões de euros negativos do período homólogo.

Segundo explica a Cimpor, “a variação dos resultados financeiros está relacionada, essencialmente, com diferenças de câmbio desfavoráveis, no montante de 120 milhões de euros, em consequência da desvalorização da moeda funcional das entidades contratantes dos financiamentos face ao euro e ao dólar americano, moedas em que esses financiamentos estão contratados, e ao aumento de cerca de 75 milhões de euros de juros líquidos suportados por via do aumento do montante de dívida”.

A dívida financeira líquida da cimenteira atingiu os 3.605 milhões de euros,  “influenciada, face a Dezembro de 2012, pela conversão da conta a pagar apurada aquando da permuta, 381,9 milhões de euros, num financiamento obtido”, refere ainda, assinalando que face ao trimestre anterior a dívida reduziu-se cerca de 151 milhões de euros.

Os investimentos realizados, principalmente em novas fábricas no Brasil e no Paraguai, ascenderam a 287,5 milhões de euros até Setembro.