“O empreendedorismo nasce connosco, é um dom”, diz o presidente executivo da IBT, André Parreira.

Como surgiu a ideia de constituir a IBT?

Este é o meu primeiro trabalho e descobri que era empreendedor naquele momento, porque ninguém me conseguia ensinar, não há nenhuma universidade para eu estudar a Internet. Eu já sabia tudo o que havia disponível para saber na altura, por isso por que não fazer uma empresa nesta área?

Foi fácil convencer alguém a juntar-se ao projecto?

Estes são os projectos dos três F: Friends, Family and Fools (amigos, família e doidos). O empreendedorismo nasce connosco, é um dom. Devemos sempre ousar e eu nunca estou conformado, e isso às vezes também é um stress, tenho mulher e filhas e às vezes elas pedem para acalmar, mas não dá. Se chegámos aqui e tivemos sucesso, vamos pensar noutra coisa para continuar.

Qual foi o "business plan"?

O "business plan"? Não havia. Tinha 18 anos, não tinha "know how" de gestão, por isso pensei em criar um produto, uma tabela de preços, uma demonstração e ir bater às portas e demonstrar como isto funcionava. Cheguei ao final da semana e tinha 10 mil euros em cheques e pagamentos em dinheiro.

Qual foi o primeiro produto?

Eu vendia um pacote que incluía a concepção de um "site" de forma automática. Era um trabalho mais comercial do que técnico, eu fazia a demonstração com os "prints" (impressões) da Internet, como um catálogo. Depois do cliente escolher, tínhamos que imprimir o resultado final e mostrar ao cliente, porque ele ainda não tinha Internet.

Qual foi o investimento?

Vendi a minha bicicleta para ter dinheiro para o capital social, era uma boa bicicleta, na altura 400 contos, foi tudo muito giro: criar o meu primeiro cartão de visita, imprimir o catálogo, isso é o que eu gosto de fazer, criar.