A Royal Philips, empresa holandesa que comercializa equipamentos médicos, produtos de consumo e iluminação, admite a possibilidade de fazer uma oferta pública inicial (IPO na sigla inglesa) da sua divisão de iluminação. "Com o sentimento dos mercados accionistas a melhorar, em comparação com os primeiros meses do ano, um IPO parece cada vez mais o resultado provável", revela a empresa num comunicado emitido esta segunda-feira, 25 de Abril, e citado pela Bloomberg.

O documento indica ainda que não há, para já, qualquer decisão em relação ao processo de venda privada. Ainda assim, a decisão vai ser tomada em breve. Esta é a primeira vez, escreve a Bloomberg, que o CEO da Philips, Frans van Houten, indica publicamente que a empresa prefere abrir o capital a fazer uma venda privada desta unidade de negócio que registou vendas anuais, em 2015, de 7,39 mil milhões de euros (8,3 mil milhões de dólares).

A Philips leu todas as propostas que recebeu para uma venda privada da unidade de iluminação e precisa ainda "de fazer algum trabalho para chegar a uma conclusão", afirmou o CEO numa "conference call" com os jornalistas, citado pela agência de informação.

Foi em 2014 que Frans van Houten revelou os seus planos para separar o negócio da iluminação – área que deu origem à empresa. Segundo a Reuters, o responsável assinalou na altura que as tecnologias da área da saúde iriam ser o foco principal foco da companhia. A empresa que resultará da separação da unidade de iluminação será a maior produtora de produtos de iluminação.

A Philips está também a vender o seu negócio de componentes de iluminação, a Lumileds, depois do processo de venda ao consórcio liderado pela chinesa GO Scale Capital ter sido cancelado uma vez que os reguladores norte-americanos não aprovaram o negócio. O líder da Philips assumiu hoje que mais detalhes sobre o processo de venda só deverão ser conhecidos no segundo semestre deste ano.

Resultados acima do estimado

A empresa liderada por Frans van Houten apresentou esta segunda-feira os seus números trimestrais. E nos primeiros três meses do ano a empresa apresentou um EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) de 374 milhões de euros, o que representa um crescimento de 14% face ao período homólogo de 2015. Este valor está também acima dos 362 milhões de euros previstos pelos analistas.

O lucro líquido da Philips recuou para os 37 milhões de euros. Nos três primeiros meses do ano passado, os lucros líquidos tinham sido de 100 milhões de euros.

As acções da companhia holandesa estão a recuar 4,08% para 24,125 euros na bolsa de Amesterdão.