A holandesa NXP Semiconductors, que começou por ser uma divisão da Philips, vai adquirir a norte-americana Freescale Semiconductor, antigo departamento da Motorola. A operação envolve o pagamento de 11,8 mil milhões de dólares (10,5 mil milhões de euros) em dinheiro mas também em acções.

A empresa resultante da operação irá valer mais de 40 mil milhões de dólares (35,7 mil milhões de euros), de acordo com o comunicado do anúncio. Será a oitava maior fabricante de "chips", diz a Bloomberg. Já de acordo com a NXP e a Freescale, a entidade irá "tornar-se na líder de mercado em soluções de semicondutores para automóveis". 

Conforme comenta a agência de informação, sendo fornecedoras de "chips" para automóveis, as empresas pretendem beneficiar da maior procura de tecnologizar a indústria automóvel. Esta é, segundo o Financial Times, a última "de uma série de aquisições na indústria dos semicondutores que se encontra em rápida consolidação". A compra também vai permitir, além de uma expansão da quota de mercado, a redução de custos para as empresas com elevado nível de dívida, segundo os analistas ouvidos pela Bloomberg.

Segundo o documento oficial, a NXP vai pagar aos accionistas da Freescale 6,25 dólares por acção em dinheiro e 0,3521 euros por uma das suas acções. O objectivo é que a operação esteja concluída na segunda metade do ano, já que ainda se espera a aprovação dos reguladores em várias jurisdições, tal como ainda terá de ser alvo de deliberação em assembleias-gerais de accionistas da NXP e da Freescale.

A holandesa tem distribuição em Portugal através da Arrow Iberia Electronica Lda e da Silica Porto, de acordo com o site oficial. Os principais clientes da NXP incluem a Apple e a Continental. A Freescale não tem presença em território nacional.

A oferta avalia a Freescale em 11,8 mil milhões de dólares, o que, como sublinha o Financial Times, não envolve um grande prémio face ao fecho de mercado na sexta-feira, de 11,1 mil milhões (acções nos 36,11 dólares).