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O que vai acontecer às minhas acções do BCP e do BPI?

O que vai acontecer às minhas acções do BPI ou do BCP? Esta é a pergunta que estarão a fazer os milhares de accionistas que têm acções dos dois bancos. A curto prazo, não se esperam grandes alterações patrimoniais, mas a longo prazo a operação poderá não

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O que vai acontecer às minhas acções do BPI ou do BCP? Esta é a pergunta que estarão a fazer os milhares de accionistas que têm acções dos dois bancos. A curto prazo, não se esperam grandes alterações patrimoniais, mas a longo prazo a operação poderá não ser neutral.

Na fusão, o BPI propõe uma relação de troca de dois para um. Assim, e para exemplificar, quem tenha em carteira 1.000 títulos do BCP tem um património avaliado em 3.190 euros (as acções valem 3,19 euros). Num cenário de fusão, e considerando a constância dos preços, este accionista vai receber 500 acções do BPI avaliadas em 6,51 euros.

O património seria de 3.255 euros, ou seja, conseguiria um prémio ligeiro de 2%. Para os actuais accionistas do BPI, a operação, tal como está montada, será neutral do ponto de vista financeiro, mas se se concretizar a fusão, o peso na estrutura accionista do novo banco dilui-se.

Assim, do ponto de vista financeiro, e ao contrário de uma OPA onde normalmente há lugar ao pagamento de um prémio, a fusão será praticamente neutral do ponto de vista patrimonial, embora hoje e no início da próxima semana ainda se possa assistir a oscilações acentuadas de preços.

No entanto, como o BPI já fixou os termos de troca, será natural que a partir de agora as cotações de ambos se movimentem de forma idêntica, caso contrário, criam-se oportunidades de arbitragem. A longo prazo, a operação poderá não ser assim tão neutral.

"O bom desta proposta é que os bancos partilham o valor das sinergias. O problema é que as acções dos dois bancos já valorizaram muito, e na equação da proposta não há prémio para nenhum dos lados", afirma António Ramirez, do Keefe, Bruyette&Woods. "Há um risco de queda das acções muito alto que acaba por não compensar as sinergias da fusão."

A posição é partilhada por outros analistas contactados, que sublinham o facto de os dois bancos já serem dos mais caros na Europa. "Tanto o BCP como o BPI estão a negociar com PER de 11 vezes, enquanto o sector europeu transacciona em 8,7 vezes. Esta diferença explica-se porque os bancos estavam há algum tempo a negociar com a percepção de uma fusão. Mas agora este prémio desaparece e o risco de queda das suas acções é alto", explica outro analista.

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