A Rio Forte é a empresa de topo do ramo não financeiro do Grupo Espírito Santo. Em 2012, as sociedades que controlava contavam com 9.941 funcionários.

Criada em 2009, a Rio Forte, sociedade com sede no Luxemburgo, substituiu a Espírito Santo Resources, constituída em 1983. Tem empresas espalhadas por Portugal, Espanha, Brasil, Paraguai, Angola e Moçambique, entre outros.

Com activos consolidados avaliados em 4,35 mil milhões de euros e passivos de 3,4 mil milhões, segundo as contas de 2013, a Espírito Santo Saúde a Espírito Santo Viagens encontravam-se entre os seus principais negócios. Foram já alienados. Ficaram outros que também estão à procura de compradores: a Tivoli Hotels & Resorts, cujo processo já está em andamento há algum tempo, é um dos exemplos.

A Herdade da Comporta representa outro dos activos da Rio Forte que está presente, também, no sector do imobiliário com a Espírito Santo Property, que gere uma carteira de imóveis em Portugal.

Soja, arroz, citrinos e cana-de-açúcar são produtos que a Rio Forte tem no negócio da agro-pecuária no Brasil. Também aí conta com a Georadar, do mercado petrolífero e energético.

A participação de 49% do Grupo Espírito Santo no Espírito Santo Financial Group (ESFG) era detida através da Rio Forte. O ESFG, que era o maior accionista do Banco Espírito Santo, entrou em processo de insolvência na semana passada.

No site oficial, o presidente do conselho de administração da Rio Forte, Manuel Fernando Espírito Santo, defende que o desafio da sociedade era "projectar e sustentar o desenvolvimento" do Grupo Espírito Santo, pretendendo afirmar-se "como uma das maiores empresas portuguesas presentes nos mercados internacionais".

Os activos sairão agora das mãos da Rio Forte para que o produto da liquidação sirva para ressarcir os seus credores. Um dos credores mais mediáticos é a Portugal Telecom, que perdeu força na empresa resultante da fusão com a brasileira Oi devido ao investimento feito na Rio Forte. A insolvência é o destino desta empresa depois de o Tribunal do Luxemburgo ter rejeitado a entrada da empresa num processo de gestão controlada - "gestion contrôlée" -, espécie de protecção de credores que iria permitir a sua reestruturação ordenada.

A Rio Forte é totalmente controlada pela Espírito Santo International, sociedade da cúpula do GES, cuja recuperação também foi rejeitada pelo Luxemburgo.

Em Julho, antes do pedido para ser aceite neste regime, a Rio Forte terá identificado necessidades de capital na ordem dos 2 mil milhões de euros - o valor que a sua accionista única autorizou para reforço do seu capital.