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Mineira australiana quer vender lítio português para carros eléctricos em 2019

A Dakota, que no início de Novembro anunciou uma descoberta de grandes dimensões de lítio no Norte do país, espera começar a produzir em dois anos. A notícia surge menos de uma semana depois de Portugal ser visto como destino para fábrica de baterias da Tesla.

Pedro Elias
21 de Novembro de 2016 às 13:16
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Uma das maiores jazidas europeias de lítio, localizada em Portugal, pode vir a tornar-se dentro de pouco mais de dois anos num dos principais fornecedores desta matéria-prima que é usada na construção de baterias para automóveis eléctricos.

A estimativa é feita esta segunda-feira, 21 de Novembro, pela mineira australiana Dakota Minerals, que diz estar a acelerar a actividade de exploração em Portugal para se tornar num fornecedor-chave neste mercado em acelerado desenvolvimento.

"Este prazo [meados de 2019] coincide com a abertura planeada de várias fábricas de baterias de ião-lítio na Europa e a conclusão da expansão de capacidade nas actuais fábricas", refere um comunicado da companhia.

A notícia surge menos de uma semana depois de a imprensa espanhola ter avançado que a região autónoma da Galiza e localizações em Portugal estão a ser ponderadas pela Tesla como possíveis destinos para instalar a sua "gigafábrica" europeia de automóveis e baterias de iões de lítio. O Governo de António Costa revelou que já se sentou à mesa com o fabricante norte-americano liderado por Elon Musk.

No início do mês, a Dakota anunciou que a primeira fase de prospecção revelou um depósito de lítio de rocha dura na área de Sepeda (no Norte do país, na zona Barroso-Alvão), uma descoberta "potencialmente altamente significativa".

Os materiais extraídos nestas fases de prospecção estão a ser submetidos a testes de metalurgia na Alemanha, para perceber se se adequam à geração de produtos de alto valor acrescentado como baterias, nomeadamente através da obtenção de carbonato de lítio e hidróxido de lítio.

A segunda fase de prospecção em Sepeda decorre ao longo do primeiro trimestre de 2017 e no segundo semestre do ano a companhia espera começar a estabelecer acordos para a venda do lítio. Para já, começa a ser preparado o estudo de impacte ambiental (a ser feito pela Visa Consultores durante 18 meses) necessário à actividade de produção. À consultora de engenharia Hatch foi entregue o desenvolvimento da infra-estrutura de processamento do mineral.

A zona Barroso-Alvão, onde se concentra Sepeda, é uma das três identificadas pela Dakota como de elevado potencial para a extracção daquele mineral, juntamente com Almendra-Barca de Alva e Serra de Arga, todas no Norte do país.

A Dakota opera em Portugal através da Lusidakota, que detém a 100% depois de um acordo com a Lusorecursos, assinado em Junho. A companhia detém oito licenças de exploração no país e quer afirmar-se como um player "sustentável".

A empresa identifica como vantagens de Portugal – que diz ser o "maior produtor de lítio da Europa" – a existência de infra-estruturas de energia e transporte que permitem a entrega diária de matéria-prima e a proximidade da matéria em relação aos espaços de armazenamento, o que reduz o investimento a realizar.

"A descoberta está localizada num país incluído no top 10 mundial do Fraser Institute [ranking que organiza os países mais atractivos para a actividade mineira], servido por infra-estruturas que o ligam aos outros mercados europeus," disse a empresa no início do mês.

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