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Luís Marinho: Decisão sobre fim de programa da Antena 1 foi tomada em "reunião normal" de trabalho

O director-geral de Conteúdos da RTP, Luís Marinho, garante que a decisão de acabar com o programa "Este Tempo", da Antena 1, foi tomada numa "reunião normal" de trabalho, que decorreu antes da viagem para Angola, onde o próprio foi.

07 de Fevereiro de 2012 às 18:53
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O director-geral chamou a atenção dos deputados da comissão parlamentar para a Ética, Cidadania e Comunicação para o processo de reestruturação da RTP e da RDP que está a ser feito este ano e indicou que foi no decurso de "uma reunião normal de trabalho", anterior a 13 de Janeiro, que foi decidido acabar o programa. "Esse é um dos que vai acabar", chegou-se dessa forma à conclusão, garantiu Luís Marinho.

O mesmo responsável lamentou que sempre que se fala na RTP se levante "sempre a questão da tutela".

"Lamento que seja assim, que algumas pessoas interpretam [como pouco independente] o nosso trabalho enquanto jornalistas do serviço público", afirmou ainda. Para que tal acontecesse, argumentou, Luís Marinho, "tinha que haver um superministério para se lembrar de um programa, de uma crónica", "tinha que haver um enorme 'big brother'".

Marinho afirmou ainda que trabalha de forma "integrada" com os directores que tem. "tenho orgulho de ser amigo de muitos directores daquela casa", disse ainda. Garantindo que a decisão de terminar o programa foi tomada em conjunto, Luís Marinho disse que "só soube da crónica depois". "E quando fui ouvir não gostei", acrescentou.

"Não gostei de ouvir chamar palhaços ricos a angolanos, não gostei", afirmou ainda. De resto, interrogou os próprios deputados: "Será que uma crónica destas seria admitida numa outra empresa que não a RTP?"

O Parlamento ouviu hoje de manhã o ex-director de Informação da Antena 1, João Barreiros, o director de Programação da rádio pública, Rui Pêgo e encontra-se agora a ouvir o director-geral de Conteúdos da RTP, Luís Marinho, no âmbito de um caso de alegada censura na rádio pública.

Ainda hoje, à tarde, o jornalista Pedro Rosa Mendes também vai ser ouvido sobre o assunto mas na Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC).

A polémica opõe Pedro Rosa Mendes e a administração da RTP, a quem o jornalista lançou no final de Janeiro a suspeita do exercício da "mais pura censura" por ter decidido acabar o programa na Antena 1, "Este Tempo", que estava no ar há dois anos.

Essa decisão, acusou Rosa Mendes -- no que foi corroborado pelo então director-adjunto de Informação, Ricardo Alexandre em declarações à Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) e ao conselho de redacção da Antena 1 -- foi uma reacção a uma crónica em que o jornalista lançou fortes críticas ao programa da RTP 1 "Reencontro", emitido no dia 16 de Janeiro a partir de Luanda, e que contou com a presença, entre outros, do ministro-adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, e do chefe da Casa Civil da presidência angolana, Carlos Maria Feijó.

A notícia do encerramento do programa motivou, no próprio dia em que foi divulgada pelo jornal Público, 24 de Janeiro, a aprovação das audições de hoje no Parlamento de João Barreiros e de Luís Marinho -- Pedro Rosa Mendes só posteriormente viria a ser chamado --, assim como mereceu da ERC a abertura de um inquérito, que decorre.

O "caso Rosa Mendes" fez "cair" a direcção de Informação da RDP - João Barreiros e Ricardo Alexandre - que apresentou a sua demissão no passado dia 2 de Fevereiro.
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