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Ex-director de Informação das rádios RTP nega quaisquer pressões no caso da alegada censura

João Barreiros, que ontem apresentou a demissão do cargo de director de Informação das rádios da RTP, afirmou hoje que o fim do programa "Este Tempo" foi decidido "num acto de gestão normal", sem qualquer pressão, seja interna, seja externa.

03 de Fevereiro de 2012 às 13:35
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O ex-director de Informação das rádios do Grupo RTP assumiu toda a responsabilidade pela suspensão do programa “Este Tempo”, dias depois da crónica crítica ao regime angolano de Pedro Rosa Mendes. João Barreiros negou qualquer pressão que o tenha motivado a tomar aquela decisão.

“[A suspensão do programa] foi decidido por mim num acto de gestão normal e não motivado por pressões internas ou externas”, indica João Barreiros num áudio disponibilizado pela página da RTP, depois de ter sido especulado que poderia ter havido influência de Luis Marinho, director-geral da RTP, ou de Miguel Relvas, ministro com a tutela do serviço público de radiodifusão, no fim do programa de opinião "Este Tempo".

“Durante 20 anos de carreira, nunca permiti qualquer tipo de intervenção ilegítima, e este caso não foi excepção”, esclareceu o até aqui responsável pela informação do segmento da RTP que reúne a Antena 1, Antena 2, Antena 3 e RDP Internacional.

No áudio, João Barreiras indica que a demissão ontem anunciada “permite aclarar todo este lamentável processo”. A redacção da RDP classificou, num comunicado assinado pelo plenário, também como “lamentável” a forma como a direcção de informação geriu o processo e as acusações de influência política para o fim do espaço de opinião “Este Tempo”.

Fim da rubrica estava já decidida

João Barreiros disse que os documentos para a renovação do contrato para a condução do programa estavam “prontos a 30 de Dezembro, três semanas antes da referida emissão”. “Nunca seguiram para o correio pelas fortes dúvidas que a continuidade de ‘Este Tempo’ me mereciam”, disse.

“Sou testemunha de que a administração da empresa não tem qualquer intervenção nas direcções de conteúdos e afirmo, porque é verdade, que o director-geral [Luís Marinho] nunca deu qualquer instrução para acabar com a rubrica ‘Este Tempo, por causa da crónica de Pedro Rosa Mendes”, concluiu.

Hoje, à Lusa, Pedro Rosa Mendes disse que a demissão da direcção de Informação era um caso em que o justo paga pelo pecador e lamentou a saída de Ricardo Alexandre, o director-adjunto que também apresentou ontem a demissão do seu cargo na direcção, por ser um jornalista "extraordinário". E defendeu que tem de se explicar como é que Luís Marinho pôde tomar a decisão de terminar o programa, já que o acusa de ter sido o responsável pelo fim do programa.

O caso chegou já à Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) e marcará também presença na Comissão de Ética, do Parlamento.

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