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Jerónimo Martins expande rede Biedronka para 700 lojas em 2003

A JM prevê abrir 50 lojas da cadeia Biedronka este ano, aumentando o número de unidades da maior rede de desconto da Polónia para as 700, revelou Soares dos Santos, acrescentando que aquele país é o centro de expansão para a Europa Central.

28 de Fevereiro de 2003 às 21:43
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A Jerónimo Martins prevê abrir 50 lojas da cadeia Biedronka este ano, aumentando o número de unidades da maior rede de desconto da Polónia para as 700, revelou hoje Alexandre Soares dos Santos, o presidente da segunda maior distribuidora nacional, acrescentando que aquele país é o centro de expansão para a Europa Central.

Após a venda das cadeias Eurocash e Jumbo, a Jerónimo Martins emprega agora naquele país 7.000 funcionários, conta com um milhão de clientes diários nas suas lojas e 400 camiões que asseguram os transportes das mercadorias, com um investimento acumulado que ronda os 500 milhões de euros. As vendas anuais atingem mil milhões de euros, mais de 20% do total do grupo.

«Vamos aumentar o número de lojas da Biedronka para 700 no final do ano», contra as 650 existentes no momento, afirmou Soares dos Santos numa conferência sobre o «O Alargamento da União Europeia a Leste». O objectivo da empresa é atingir as 2.000 lojas no médio prazo, segundo a mesma fonte.

Para melhor ilustrar a dimensão do mercado polaco, que tem uma população de 40 milhões de habitantes, Soares dos Santos revelou que vende 10 milhões de quilos de açúcar, um milhão de sabonetes, um milhão de quilos de batatas e outros tantos de bananas por mês naquele mercado.

Soares dos Santos assume erros na política de expansão

O presidente da JM assumiu alguns erros cometidos no passado em termos de política de expansão para a Polónia e Brasil e que resultaram na passagem de lucros de 24,9 milhões de euros em 1999 para prejuízos de 63,9 milhões em 2000 e perdas de 86,5 milhões de euros em 2001.

«Cometemos o erro de investir no Brasil sem termos a nossa posição na Polónia consolidada», reconheceu Soares dos Santos. O erro traduziu-se numa desvalorização das acções em cerca de 55% desde o início de 1999.

Soares dos Santos lamentou o facto de ter esperado «demasiado tempo» para vender a cadeia Sé e para terminar a parceria com o Grupo Martins & Martins no Brasil.

«Se tivesse saído do Brasil um ano antes, não teria que ter vendido as águas», lamentou, referindo-se à Vidago Melgaço e Pedras Salgadas (VMPS), um dos activos mais queridos do presidente da JM. A mesma fonte referiu que teve que assumir uma perda de 100 milhões de euros com a venda da Sé.

As mudanças estratégicas da concorrente directa da Modelo Continente [MCON] traduziram-se numa alteração da sua base accionista. «Cerca de 40% da JM estava na mão de investidores institucionais sediados no Reino Unido e nos EUA, enquanto agora são detidos por accionistas nacionais especulativos».

Em 2002, a empresa já deverá apresentar resultados operacionais positivos, após a conclusão do processo de reestruturação que obrigou à venda de activos não estratégicos e que terão gerado encaixes de 400 milhões de euros, permitindo reduzir a dívida de 1,42 mil milhões em 2001 para os 850 milhões registado no final do ano passado.

Os resultados líquidos deverão continuar a ser negativos, devido à contabilização de menos valias realizadas na venda de empresas como a cadeia Sé, a Eurocash ou a Jumbo, entre outras.

«Não abriremos mão da nossa liderança na Polónia»

A empresa considera o mercado polaco como estratégico e não pensa abandoná-lo, mantendo o objectivo de liderança no segmento de desconto.

«Não abriremos mão da Polónia porque queremos continuar a ser líderes», assegurou Soares dos Santos, acrescentando que a Polónia é o «centro de expansão (da JM) para a Europa Central».

Aquele responsável admite interesse em crescer na região, ao afirmar que a Ucrânia «será viável dentro de 10 anos». Para já, essa opção não se coloca devido à influência das mafias naquele país, segundo Soares dos Santos.

Em jeito de lição para investir além fronteiras, Soares dos Santos explicou que uma empresa com essas pretensões tem de ter um balanço forte, um bom estudo de mercado e um parceiro local.

As acções da JM fecharam nos 6,22 euros, a subir 1,47%.

Por Ricardo Domingos

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