Gonçalo Reis, antigo deputado à Assembleia da República pelo Partido Social Democrata e ligado a Santana Lopes na sua candidatura à Câmara Municipal de Lisboa, é o nome proposto para suceder a Alberto da Ponte à frente da administração da estação pública. 

"O Conselho Geral Independente (CGI) irá indigitar, para Presidente do Conselho de Administração da RTP, Gonçalo Reis, e, para Vogal, Nuno Artur Silva. O nome do Vogal do Conselho de Administração responsável pela área financeira será tornado público após parecer, prévio e vinculativo, do membro do Governo responsável pela área das Finanças", avançou o Conselho Geral Independente em comunicado, confirmando assim a notícia avançada durante a tarde pelo Diário Económico e o Expresso.

No mesmo comunicado, o CGI avança que "acordará com o futuro Conselho de Administração da RTP o projecto estratégico para o respectivo mandato". Recorde-se que o CGI chumbou o projecto estratégico apresentado pela administração de Alberto da Ponte, o que levou este órgão a propor a destituição da actual equipa.  

Gonçalo Reis, 45 anos, esteve já na administração da RTP durante a presidência de Almerindo Marques entre 2002 e 2007. Foi com ele, aliás, que posteriormente transitou para a Estradas de Portugal, em 2007. É actualmente gestor no fundo de private equity Explorer Investments.

Sem data de AG que destitui Ponte

Entretanto, havendo já nomes para suceder à actual administração, ainda não há indicações sobre quando se realizará a assembleia-geral que destituirá a equipa liderada por Alberto da Ponte, segundo indicou ao Negócios fonte oficial do gabinete de Poiares Maduro. Logo, também ainda não há data para a aprovação da nova equipa de administração.

Ainda não foi possível obter um esclarecimento da ainda actual administração da RTP, nomeadamente para saber a reacção a estes nomes e também para saber se já recebeu a resposta à contestação que havia feito à sua própria demissão.

Alberto da Ponte perdeu a confiança do Executivo e do CGI na sequência do chumbo do plano estratégico que desenhou para a RTP. Um plano que inclui a aquisição dos direitos de transmissão televisiva dos jogos da Liga dos Campões para o triénio 2015-2018.

No entanto, o Negócios sabe que o processo de destituição está a criar divisões entre o CGI e a tutela, dado que não estão alinhados no que diz respeito ao "timming" da saída de funções da equipa liderada por Alberto da Ponte. 

(Notícia actualizada às 19h44 com a confirmação oficial do Conselho Geral Independente)