A Ventiveste, consórcio liderado pela Galp Energia e que integra também a Martifer, ganhou a Fase B do concurso das eólicas, que prevê atribuição de 400 MW de capacidade instalada, revelou a petrolífera em comunicado à CMVM.

O Jornal de Negócios Online tinha apurado esta decisão e que, à Iberdrola iriam ser atribuídos os 200 MW correspondentes ao lote suplementar de mérito.

Segundo o comunicado "o consórcio Ventinveste, liderado pela Galp Energia, foi hoje notificado, pela Direcção Geral de Energia e Geologia ("DGEG") do Ministério da Economia e Inovação, de lhe ter sido atribuído o primeiro lugar da "Fase B" do concurso público lançado pelo Governo Português para a atribuição de 400 MW de capacidade de injecção e dos respectivos pontos de recepção associados à produção de energia eléctrica em centrais eólicas".

A mesma fonte sublinha que o relatório de avaliação apresentado pelo Júri "encontra-se sujeito a audiência prévia dos interessados, sendo que só depois poderá ser realizada a adjudicação da potência pela DGEG, em conformidade com os termos e condições previstos no programa e condições do concurso".

Os interessados têm um prazo de dez dias para responder e só depois este resultado será homologado pelo Ministro da Economia. A Fase B do concurso das eólicas estava em fase de negociações, depois da Galp ter sido classificada em primeiro lugar na "short list".

O concurso previa a atribuição de 400 MW, mais um lote suplementar de mérito de 200 MW. Ao contrário do que era esperado, o júri decidiu não atribuir os 600 MW ao mesmo consórcio, optando por efectuar "um tratado de Tordesilhas".

Assim, a Ventiveste, que foi classificada em primeiro lugar, recebe os 400 MW, enquanto a Iberdrola fica com o lote suplementar de 200 MW de capacidade instalada em potência eólica.

Nos dois concursos das eólicas, a Iberdrola apresentou sempre uma postura de contestação, chegando mesmo a avançar com providências cautelares relativas à Fase A. A atribuição de 200 MW nas eólicas permite à empresa espanhola, liderada por Pina Moura em Portugal, reforçar a sua capacidade de geração de energia em Portugal, que, além da central na Figueira da Foz, era diminuta até agora.

Nesta fase das negociações directas estavam apenas a Galp e a Iberdrola, sendo que o consórcio da Enel tinha já sido desclassificado. Na nova pontuação atribuída após esta fase de negociações, manteve-se a hierarquia em relação ao relatório preliminar, mas segundo apurou o Jornal de Negócios, houve aproximação de pontuações.

Contrariamente ao que aconteceu na fase A, ganha pelo consórcio da EDP, o júri permitiu que fossem feitas alterações às propostas iniciais ao nível dos valores de investimento e empregos criados. A Galp terá mantido a proposta igual, mas a Iberdrola fez alterações.

Contactada, fonte oficial da Iberdrola escusou-se a fazer qualquer comentário.

No início de Maio a Galp tinha sido notificada pela Direcção Geral de geologia e Energia do Ministério da Economia, que o agrupamento por si liderado com a pontuação mais elevada, para negociações da "Fase B" do concurso de atribuição de potência eólica.

O concurso público lançado pelo Governo Português prevê a atribuição de 400 a 600 MW de capacidade de injecção e de pontos de recepção associados à produção de energia eléctrica em centrais eólicas. O júri decidiu atribuir apenas 400 MW à Ventiveste.

O Agrupamento Ventinveste é constituído pela Galp Energia, com uma participação de 34%, pela Martifer, empresa portuguesa líder no sector das estruturas metálicas, com 30%, a Enersis , empresa portuguesa de energias renováveis, com 33%, a Repower Systems, um dos produtores líderes mundiais de turbinas eólicas, com 1%, e a Efacec, fabricante português de componentes eléctricos, com 2%.