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Eni quer controlo da rede da Galp e posição de relevo no gás

A Eni quer o controlo da área de retalho de combustíveis da Galp e uma posição de relevo no segmento de distribuição e grandes clientes do gás natural. Fora dos objectivos do grupo italiano está a actividade de refinação.

01 de Agosto de 2003 às 20:17
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A Eni quer o controlo da área de retalho de combustíveis da Galp e uma posição de relevo no segmento de distribuição e grandes clientes do gás natural. Fora dos objectivos do grupo italiano, parceiro estratégico da Galp, está a actividade de refinação.

Estas reivindicações deverão ser o ponto de partida do grupo italiano para o processo de negociações com o Estado português e a EDP sobre o modelo final de reorganização do sector energético, soube o Negocios.pt.

A Eni vai aproveitar a circunstância do Estado querer avançar com a reorganização do sector com o seu acordo para procurar potenciar a participação nas actividades que mais lhe interessam.

Na área da distribuição de combustíveis, o grupo está particularmente interessado na rede da Galp Energia em Espanha. No que respeita à refinação, a Eni gostaria que a actividade ficasse para o Estado português.

No gás natural, o grupo italiano quer uma posição de relevo, eventualmente de paridade com a própria EDP, numa futura empresa com o negócio de distribuição de gás e grandes clientes. O terminal de gás natural de Sines é outra infra-estrutura já publicamente cobiçada pelos italianos.

O Estado está a negociar com a Eni em duas frentes. A reorganização do sector energético e o papel do grupo italiano neste processo e o alegado incumprimento da parceria estratégica com a Galp por parte da Eni.

Na quinta-feira passada, na assembleia geral da Galp, o Estado tentou chegar a um acordo com o grupo italiano em relação ao incumprimento da parceria estratégica que é a conclusão de um relatório aprovado há vários meses pelo conselho de administração, com os votos contra dos administradores do grupo italiano.

No entanto, a assembleia geral, que chegou a ser interrompida na sequência de uma contra-proposta da Eni em relação à parceria, foi inconclusiva e remeteu a matéria para negociações directas entre o Estado e o grupo italiano, com os demais accionistas da Galp.

As conclusões destas negociações serão apreciadas em assembleia geral futura, mas sem data marcada.

Paralelamente, o Estado decidiu convocar uma assembleia geral da Galp Energia para final de Setembro, ainda em data a definir, para que os accionistas da «holding» de energia - Estado, Eni, EDP, Caixa Geral de Depósitos, Iberdrola, Portgás e Setgás se pronunciem sobre o posicionamento futuro da Galp na reorganização do sector energético.

O representante do Estado na assembleia, Paulo Pinho, informou os jornalistas que as negociações com a Eni tinham começado recentemente, sem explicitar, contudo, se o tema em discussão se limita ao incumprimento da parceria estratégica ou se envolve o posicionamento futuro dos italianos no novo modelo de energia em Portugal.

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