A crise da Evergrande está a gerar um efeito bola de neve no setor imobiliário na China. A Kaisa, uma construtora de habitações de Shenzhen, viu as suas ações suspensas na bolsa de Hong Kong depois de ter anunciado que uma subsidiária da empresa não pagou o cupão de uma obrigação em dólares.
A Kaisa já tinha alertado que algumas obrigações da empresa não foram reembolsadas a tempo e o CEO da empresa, Ying Shing Kwok, reconheceu que a imobiliária estava a enfrentar "uma pressão sem precedentes sobre a sua liquidez". No entanto, na breve comunicação aos mercados, não foram esclarecidos os motivos da suspensão das ações.
Na semana passada, as agências de classificação de crédito de risco Fitch e S&P baixaram também o
rating da Kaisa.
Teme-se que a empresa liderada por Ying Shing Kwok se torne numa nova Evergrande, que está há várias semanas à beira da falência e também suspendeu, temporariamente, a participação na bolsa de Hong Kong, em outubro.
Como a Evergrande tem falhado no
pagamento aos credores em dólares, alimentou o risco de um "default" geral em todo o setor do imobiliário, que acumula 5 biliões de dólares de dívida na mão dos investidores, o equivalente ao PIB (produto interno bruto) do Japão, a terceira maior economia do mundo.
O setor do imobiliário é responsável por 25% da riqueza da China e há vários anos que enfrenta um forte nível de endividamento, que as autoridades não têm conseguido controlar.