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Coronavírus: Euler Hermes prevê "regresso à normalidade" no final de maio

Um estudo da líder mundial em seguro de créditos aponta que, em apenas um trimestre, o Covid-19 já teve tanto impacto no comércio internacional como um ano inteiro de guerra comercial entre os Estados Unidos e a China.

Paulo Duarte
09 de Março de 2020 às 12:31
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Apesar do cenário de perdas trimestrais para as exportações que ascendem a 280 mil milhões de euros devido ao coronavírus, assumindo as paragens de produção na China e em Itália e "medidas de contenção limitadas noutros países", a Euler Hermes estima uma "retoma gradual" da atividade comercial em março e abril e prevê o "regresso à normalidade" até ao final de maio, assim como um crescimento médio a rondar os 0,4% no final do ano.

 

A mais recente análise da líder mundial em seguro de créditos, que é acionista da COSEC, calcula que as medidas de contenção adotadas pelos países para impedir a disseminação do vírus tiveram um impacto equivalente a uma subida de 0,7 pontos percentuais nas tarifas. Ou seja, em apenas um trimestre, o Covid-19 já teve tanto impacto no comércio internacional como um ano inteiro de guerra comercial entre os Estados Unidos e a China.

 

O número de infetados pelo novo coronavírus aumentou para 109.946 em todo o mundo, tendo já provocado a morte de 3.819 pessoas, segundo um balanço feito pela France Presse (AFP), com dados atualizados às 09:00 de hoje. Citando fontes oficiais, a agência indica que, no total, foram registadas 914 novas contaminações e 27 mortes desde o último balanço, feito ao final da tarde de domingo.

Tratando esta epidemia como "a maior barreira às trocas de bens e serviços entre países durante 2020", o estudo avalia que os custos globais da pandemia, em oportunidades perdidas de exportação, serão mais sentidos na China – com perdas para este período de 168 mil milhões de euros –, com Itália a ser a segunda economia mais afetada a este nível (19 mil milhões). Para os restantes países da Europa, incluindo Portugal, o impacto nas oportunidades de exportação será na ordem dos 95 mil milhões de euros.


No caso português, a chegada do Covid-19 ao coração da Europa está a alargar o impacto negativo sentido pelas empresas, que inicialmente se fazia sentir mais ao nível do fornecimento industrial, também à área do consumo. E a mais produtos, como autoclismos, eletrodomésticos e máquinas industriais, com os fabricantes a relatarem episódios de contratos adiados, viagens canceladas e planos para cortar empregos.

No gigante asiático e na Europa, o turismo e os serviços de transportes vão ser as áreas de atividade com maiores perdas, confirma a Euler Hermes numa nota divulgada esta segunda-feira, 9 de março. Nestes dois setores, as perdas em termos de oportunidades de exportação serão, por trimestre, de 110 mil milhões e de 29 mil milhões de euros, respetivamente.

Como o Negócios noticiou esta manhã, após sete horas de negociações este domingo, 8 de março, o Governo alemão decidiu que vai investir mais 12,4 mil milhões de euros entre 2021 e 2024 e avançar com medidas para ajudar as empresas e os trabalhadores mais afetados pelo impacto económico do surto do novo coronavírus. Mas a França quer ir mais além, pedindo um estímulo concertado ao nível europeu.

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