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Construtora chinesa Shimao falha pagamento de título no valor de 958 milhões

A Shimao assegura que, até agora, não recebeu qualquer reclamação, e prometeu "esforçar-se para continuar a colaborar ativamente" com os credores, visando alcançar uma solução que satisfaça ambas as partes.

O Evergrande foi o caso mais emblemático de construtoras chinesas em "default".
04 de Julho de 2022 às 10:19
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A construtora chinesa Shimao anunciou esta segunda-feira que falhou o pagamento de um título, no valor equivalente a mil milhões de dólares (958 milhões de euros), e de outras obrigações emitidas no exterior.

Em comunicado enviado à Bolsa de Valores de Hong Kong, onde está cotada, a empresa informou que falhou o pagamento de quase 1.204 milhões de dólares (1.154 milhões de euros), incluindo juros, sobre um título emitido na Bolsa de Valores de Singapura, com juro fixo anual de 4,75%.

A Shimao assegurou que, até agora, não recebeu qualquer reclamação, e prometeu "esforçar-se para continuar a colaborar ativamente" com os credores, visando alcançar uma solução que satisfaça ambas as partes.

No mesmo comunicado, a construtora indicou que "não cumpriu os principais pagamentos de algumas outras dívidas emitidas 'offshore'" para além da obrigação referida, embora não dê detalhes. A empresa afirmou que está a negociar uma "resolução amigável" com os credores.

Entre janeiro e maio, as vendas da imobiliária caíram 72%, em termos homólogos, para 34,26 mil milhões de yuans (4,91 mil milhões de euros), um declínio que a empresa atribuiu a "mudanças significativas no ambiente macro para o setor imobiliário na China, a partir do segundo semestre de 2021, e ao impacto de [surtos de] covid-19".

Isto obrigou a empresa a vender ativos, para "melhorar" a liquidez do grupo, ou a renegociar as condições de algumas das suas linhas de financiamento, o que não impediu que a sua posição fosse comprometida "por incertezas do mercado, face ao refinanciamento de dívida, e a condições operacionais e de financiamento complicadas".

No ano passado, os reguladores chineses passaram a exigir às construtoras um teto de 70% na relação entre passivo e ativos e um limite de 100% da dívida líquida sobre o património, suscitando uma crise de liquidez no setor, que foi agravada pelas medidas de combate à covid-19.

Em maio passado, a Sunac tornou-se a mais recente construtora chinesa a entrar em incumprimento. O caso mais emblemático envolve a Evergrande Group, cujo passivo ascende ao equivalente a 300 mil milhões de dólares (287.691 milhões de euros).

No mês passado, a agência de notação financeira S&P baixou também a classificação da dívida do grupo Greenland, que tem o município de Xangai como acionista, devido aos crescentes "riscos" de incumprimento.

A Greenland é um dos maiores grupos imobiliários da China, com forte presença internacional, particularmente nos Estados Unidos.

De acordo com a agência de notícias Bloomberg, o grupo solicitou recentemente o adiamento por um ano do pagamento de 488 milhões de dólares (453 milhões de euros) em juros de títulos de dívida.
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