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Concorrência europeia pede mais à Siemens e Alstom para acordo de fusão
Margrethe Vestager, comissária europeia para a Concorrência, considera que o acordo entre a Siemens e a Alstom levanta muitas dúvidas em torno da concorrência. As autoridades devem tomar uma decisão nas primeiras semanas de fevereiro.
Dois anos depois de anunciarem um acordo, a fusão entre a entre Siemens e a Alstom está por concluir. A Autoridade da Concorrência continua a considerar que ainda há muitas dúvidas em torno da concorrência, não tendo ainda dado o aval a este negócio. A autorização do regulador é o que falta para concluir a operação.
De acordo com uma fonte próxima, citada pela Bloomberg, os últimos esforços entre a Siemens e a Alstom para obterem o "ok" das autoridades da Concorrência não foram suficientes. As cedências, avançadas a 25 de janeiro pela agência de notícias, já vieram tarde e ficam aquém das medidas que a comissária europeia para a Concorrência, Margrethe Vestager, exigia para aprovar a fusão.
A Alstom confirmou esta segunda-feira, 28 de janeiro, que o pacote de remédios foi alterado, embora a quantidade de vendas de ativos tenha ficado inalterada em cerca de 4% das receitas de ambas as entidades.
A empresa francesa não deu mais detalhes, mas fonte próxima afirmou que a Alstom e a Siemens prometeram vender ativos, ao mesmo tempo que oferecerem acordos de licenciamento mais longos e identificaram potenciais compradores.
Contactados pela Bloomberg, os representantes das empresas, assim como da Comissão Europeia, não quiseram comentar a posição das autoridades europeias.
França e Alemanha têm pressionado Vestager a aprovar o negócio, por considerarem que este vai ajudar a travar a concorrência vinda da China. Executivos e políticos montaram uma campanha para convencer a comissária, com o ministro das Finanças francês a pedir, esta segunda-feira, uma reforma da lei da concorrência na Europa.
Na semana passada, depois de uma reunião em Paris com o ministro francês, Vestager deixou a porta aberta a uma nova proposta, mas apenas se esta for "muito franca". A comissão deve tomar uma decisão a 6 ou 12 de fevereiro, antes do final do prazo de dia 18 do próximo mês, refere a Bloomberg.
Foi em setembro de 2017 que as duas empresas anunciaram ter chegado a acordo para a fusão das suas respetivas atividades ferroviárias. No âmbito deste acordo, a Siemens transferirá o fabrico das suas carruagens de comboios e metro de superfície e equipamento de sinalização para a Alstom, em troca de uma participação de 50% na nova empresa resultante da fusão, como avançou, à data, a Bloomberg.
Para avançar, a fusão terá de ser autorizada pela Autoridade da Concorrência. Da parte do governo francês, o negócio já teve "luz verde" depois de o presidente Emmanuel Macron ter obtido garantidas quanto à segurança dos empregos.