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BE considera "eticamente reprovável" viagens pagas a governantes e deputados
Pedro Filipe Soares defende que as viagens pagas pela Galp "legitimam a ideia de promiscuidade". O bloquista não se fica, contudo, pelos governantes e estende também a reprovação a deputados.
O Bloco de Esquerda considera que é "eticamente reprovável" as viagens pagas por empresas a governantes para a ida ao Euro 2016.
"Para resumir a posição do Bloco de Esquerda, consideramos eticamente reprovável qualquer governante, deputado ou deputada, que tenha tido uma viagem paga para ver um jogo do Europeu", indicou Pedro Filipe Soares aos jornalistas.
Na conferência de imprensa desta quinta-feira, 4 de Agosto, o bloquista defendeu, no entanto, que "falta saber a dimensão do universo de agentes políticos para ir a França - essa é uma urgência também da transparência necessária". Além de três secretários de Estado (Fernando Rocha Andrade, João Vasconcelos e Jorge Costa Oliveira), também há deputados do PSD visados nas notícia sobre as viagens pagas a França por empresas, nestes casos, a Galp e o empresário Joaquim Oliveira.
As viagens pagas por empresas privadas – como a Galp – para os jogos da selecção nacional "legitimam a ideia de promiscuidade". "Há uma dimensão ética na conduta de qualquer governante eleito. Essa dimensão ética fica claramente prejudicada no que toca à aceitação de presentes, mesmo que depois se tente reparar com a devolução", declarou Pedro Filipe Soares, comentando a devolução anunciada por Rocha Andrade, o primeiro governante sobre o qual saiu uma notícia, pela Sábado, e que viajou a convite da Galp, empresa que está em litígio com o Fisco, tutelado pelo governante.
Sobre se os governantes se deviam demitir, o Bloco, que insiste que "sempre" condenou estas actuações, indica que "não tem capacidade para demitir membros do Governo".
O partido sublinhou ainda que, neste momento, há um "escrutínio maior" sobre membros do Executivo em comparação com governos anteriores devido à actual conjuntura política (com o BE e o PCP a suportarem o Governo socialista).