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Angola vai privatizar parcialmente Sonangol e Endiama até 2022
O Governo de Angola vai dispersar em bolsa uma parte das empresas petrolífera e diamantífera Sonangol e Endiama em 2021 ou no início de 2022, disse esta terça-feira a ministra das Finanças, Vera Daves de Sousa.
24 de Novembro de 2020 às 16:02
"Estamos a apontar para o final de 2021 ou início de 2022 para iniciar o processo de privatização das grandes empresas como a Sonangol ou a Endiama", disse a governante angolana durante a conferência da Bloomberg Investir em África, que decorre hoje em formato virtual.
A venda faz parte da intenção do segundo maior produtor de petróleo na África subsaariana para angariar verbas e reiniciar o crescimento económico positivo que não acontece há cinco anos.
O prazo, no entanto, "depende da rapidez com que será possível organizar estas empresas e da garantia de cumprimento da 'due dilligence' [cumprimento das regras processuais internacionais] para capturar o interesse de investidores de qualidade", acrescentou Vera Daves.
Na intervenção que fez na conferência organizada pela Bloomberg, a ministra das Finanças disse que espera que 2021 seja um "ponto de inflexão" na recessão económica que o país atravessa desde 2016, e perspetiva uma estagnação para esse ano.
O crescimento, disse, será sustentado no setor não petrolífero, incluindo agricultura e minas, a que se juntam os resultados das reformas lançadas pelo executivo nos últimos três anos.
Relativamente à dívida pública, que a ministra elege como a principal prioridade, a par da saúde, Vera Daves disse que não tenciona emitir nova dívida até que as principais praças financeiras internacionais "recuperem a confiança" e assumiu que o Governo está ciente das dificuldades.
"Estamos complemente cientes de que este não é um momento fácil", disse a governante, pedindo paciência aos jovens que nas últimas semanas têm feito várias manifestações em Angola a pedir melhores condições de vida.