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Água: agricultores do Algarve na rua a 8 de março contra medidas

Grupo que reúne mais de mil entidades e agricultores algarvios, formado após anúncio de cortes de água para a região devido à seca, discorda das medidas apresentadas pelo Governo e convoca "grande protesto" para sexta-feira, a dois dias da eleição do próximo Governo.

Diana do Mar dianamar@negocios.pt 05 de Março de 2024 às 11:12
A Comissão para a Sustentabilidade Hidroagrícola do Algarve (CSHA), órgão que reúne mais de mil entidades e agricultores algarvios, convocou um "grande protesto de rua" para sexta-feira, dia 8 de março, para reivindicar "alternativas sustentáveis" e "urgentes" às medidas avançadas pelo Governo para mitigar a crise hídrica que "tornam a agricultura no parente pobre da economia da região".

Em comunicado, enviado esta terça-feira às redações, a CSHA indica que a manifestação, a ter lugar dois dias antes das eleições, vai consistir numa marcha lenta na EN12, a realizar das 09:00 às 14:00, entre as rotundas de Maritenda e das Quatro Estradas. 

A CSHA, formada em janeiro, após o anúncio do Governo de cortes do fornecimento de água no Algarve, tem vindo a alertar para o "perigo" que as medidas representam para a produção agrícola da região, apresentando soluções de médio e longo prazo que considera serem "alternativas sustentáveis às medidas do Governo que tornam a agricultura no parente pobre da economia da região".

Esse conjunto de reivindicações, que vai ser entregue à Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve e ao novo Governo, que sair das eleições de domingo, dia 10 de março, foi compilado num dossier dividido em dois grandes eixos: um diz respeito à crise hídrica no Algarve e outro, de cariz nacional, prende-se com o atual estado do Ministério da Agricultura.

Relativamente à "gravidade da situação de seca no Algarve, a CSHA diz apresentar soluções para a redução das perdas de água - que estão abaixo da média nacional, segundo o regulador - e para o aumento da capacidade de armazenamento de água (em barragens, águas residuais tratadas, dessalinizadora, aquíferos do Algarve) e apela a "cortes equitativos na utilização de água" desde logo em comparação com o setor do turismo (já que tem cortes de 15% contra até 50% para a agricultura), o que tem, de resto, vindo a ser defendido também por outras organizações, como a Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), e faz referência, por exemplo, à suspensão de novos investimentos nesta área, previstas no pacote apresentado pelo Governo para que não falte água no Algarve em 2024.

Neste âmbito, a CSHA sugere uma campanha de informação junto da população e a atualização dos títulos das captações subterrâneas, apontando ainda o dedo à "insuficiência dos apoios apresentados pelo Governo". Além disso, reforça, "como a pluviosidade das últimas semanas ultrapassou as estimativas do Governo, todo o volume encaixado superior ao estimado deve ser direcionado para aliviar os cortes impostos à agricultura".

Já no plano nacional, a CSHA exige, em síntese, a "reestruturação do Ministério da Agricultura, com uma menor carga burocrática e pressão fiscal e a reinstalação das Direções Regionais de Agricultura e Pescas".
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