Notícia
Cortes de água no Algarve vão levar a campanha "desastrosa" para citrinos
Presidente da maior associação portuguesa de operadores de citrinos adverte para "grandes quebras na produção tanto em termos quantitativos como qualitativos" desta campanha, caso avancem os cortes de consumo de água de 70% para a agricultura no Algarve.
O presidente da Associação de Operadores De Citrinos Do Algarve (AlgarOrange), José Oliveira, alerta que a campanha vai ser "verdadeiramente desastrosa" caso avancem os cortes de água anunciados para a agricultura para fazer frente à seca na região.
À luz de um plano de contingência, desenhado pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA), que deve ser aprovado em breve, estão previstas reduções no consumo de água no Algarve de 70% para a agricultura e de 15% para o consumo urbano, que inclui o turismo.
"Se avançar, a campanha será verdadeiramente desastrosa", diz o presidente da maior associação portuguesa de operadores de citrinos ao Negócios, advertindo para "grandes quebras na produção tanto em termos quantitativos como qualitativos". Isto depois de a anterior se ter saldado num corte na produção na ordem dos 50% que levou até a ruturas de "stock" de laranjas nos supermercados durante o verão.
José Oliveira falava na sequência de uma reunião, realizada esta segunda-feira, que juntou mais de 100 agricultores, desde produtores de citrinos, de abacate, alfarroba ou frutos vermelhos até a criadores de gado, representativos de "todo o setor agrícola do Algarve" para analisar as medidas anunciadas. "Neste momento, até as decisões serem efetivamente tomadas, a nossa posição é de diálogo", diz o líder da AlgarOrange, dando conta que, neste sentido, foram elencadas ações que podem ajudar a aliviar a atual crise.
As hipóteses aventadas vão desde "a reativação de furos municipais, para alimentar as redes de distribuição, dando folga aos pomares, à regularização de caudais ecológicos até ao recurso a unidades de dessalinização portáteis". "A nossa preocupação é arranjar soluções imediatas para aumentar a água disponível", frisa o responsável da organização que representa 40% dos produtores de citrinos do Algarve.
Os agricultores algarvios criticam o plano por "não ser equitativo", considerando a diferença nos cortes de consumo de água previstos para os outros setores. "Não é normal que numa situação de emergência haja esta diferença", lamenta José Oliveira, apontando que "é quase insultuoso perceber que, em determinadas zonas, possa haver consumos de 1.000 litros 'per capita' por dia".
Ao mesmo tempo, assinala, é "muito difícil perceber por que continuamos a ter perdas substanciais na rede que rondam os 30%", ou seja, "muito superiores à média nacional", enfatiza, criticando a inércia a este nível: "Se algo tivesse sido feito não estávamos desesperados ao ponto de pôr estes cortes em cima da mesa".
"Deve-se desmitificar a ideia de que a agricultura é o diabo. O próprio secretário de Estado reconheceu que a agricultura algarvia reduziu o consumo de água em 50% nos últimos dez anos", frisa.
Segundo adianta José Oliveira, na sequência dos cortes no consumo de água previstos, a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve (CCDR) abordou a possibilidade de medidas de compensação. Mas, neste momento, reforça, "o que interessa aos agricultores é ter água".
À luz de um plano de contingência, desenhado pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA), que deve ser aprovado em breve, estão previstas reduções no consumo de água no Algarve de 70% para a agricultura e de 15% para o consumo urbano, que inclui o turismo.
José Oliveira falava na sequência de uma reunião, realizada esta segunda-feira, que juntou mais de 100 agricultores, desde produtores de citrinos, de abacate, alfarroba ou frutos vermelhos até a criadores de gado, representativos de "todo o setor agrícola do Algarve" para analisar as medidas anunciadas. "Neste momento, até as decisões serem efetivamente tomadas, a nossa posição é de diálogo", diz o líder da AlgarOrange, dando conta que, neste sentido, foram elencadas ações que podem ajudar a aliviar a atual crise.
As hipóteses aventadas vão desde "a reativação de furos municipais, para alimentar as redes de distribuição, dando folga aos pomares, à regularização de caudais ecológicos até ao recurso a unidades de dessalinização portáteis". "A nossa preocupação é arranjar soluções imediatas para aumentar a água disponível", frisa o responsável da organização que representa 40% dos produtores de citrinos do Algarve.
Os agricultores algarvios criticam o plano por "não ser equitativo", considerando a diferença nos cortes de consumo de água previstos para os outros setores. "Não é normal que numa situação de emergência haja esta diferença", lamenta José Oliveira, apontando que "é quase insultuoso perceber que, em determinadas zonas, possa haver consumos de 1.000 litros 'per capita' por dia".
Ao mesmo tempo, assinala, é "muito difícil perceber por que continuamos a ter perdas substanciais na rede que rondam os 30%", ou seja, "muito superiores à média nacional", enfatiza, criticando a inércia a este nível: "Se algo tivesse sido feito não estávamos desesperados ao ponto de pôr estes cortes em cima da mesa".
"Deve-se desmitificar a ideia de que a agricultura é o diabo. O próprio secretário de Estado reconheceu que a agricultura algarvia reduziu o consumo de água em 50% nos últimos dez anos", frisa.
Segundo adianta José Oliveira, na sequência dos cortes no consumo de água previstos, a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve (CCDR) abordou a possibilidade de medidas de compensação. Mas, neste momento, reforça, "o que interessa aos agricultores é ter água".