Pode estar para nascer um gigante na indústria das cervejas. Se o negócio entre a AB InBEv e a SABMiller, anunciado esta semana, se concretizar, isso significa que "o grande torna-se ainda maior", como escreve a Bloomberg esta quinta-feira, 17 de Setembro.

As duas empresas são, de longe, as maiores do sector, em todas as métricas. Segundo dados de 2014, a AB InBev tem mais de 20% de quota de mercado, enquanto a SABMiller tem quase 10%. Significa isto que, combinadas, as duas fabricantes de cerveja terão mais de 30% de quota de mercado.  

A agência noticiosa coloca estes valores em perspectiva, e lembra que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) controlam cerca de 41% do mercado global desta matéria-prima.

Na lista das maiores do mercado, a AB InBev e a SABMiller são seguidas pela Heineken (com pouco mais de 9%), pela Carlsberg e pela China Resources Enterprise (ambas com cerca de 6%).

Responsáveis pelo domínio da AB InBev e da SABMiller são as marcas que estas empresas detêm: do lado da primeira, a famosa Budweiser, Stella Artois, Beck e Leffe e, do lado da segunda, Miller, Grolsch, Peroni e Castello Lager.

No ano passado, as receitas combinadas das duas empresas totalizaram 68 mil milhões de dólares (cerca de 60,3 mil milhões de euros).

Contudo, analistas citados pela Bloomberg, alertam que uma parte destas receitas poderá evaporar-se caso o negócio entre a AB InBev e a SABMiller se concretize. Isto porque os reguladores norte-americanos poderão exigir que a AB InBev venda as participações da SABMiller na MillerCoors, nos Estados Unidos, e na CR Neve Zeijang, na China.

A AB InBev pretende fazer uma oferta pela SABMiller, como avançou a empresa esta quarta-feira, 16 de Setembro, embora não tenha apresentado uma proposta concreta até ao momento.

No mesmo dia, a SABMiller mostrou-se disponível para discutir uma oferta potencial da sua rival Anheuser-Busch InBev que, segundo a fabricante da Grolsch, será a única compradora realista.