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O Mundial é uma ameaça à produtividade? Depende de onde vive

Em que locais é que a produtividade está a ser afectada pelo Mundial de futebol deste ano? Surpreendentemente ou não, a resposta não é Moscovo, mas sim Rio de Janeiro ou Londres.

Tiago Varzim tiagovarzim@negocios.pt 14 de Julho de 2018 às 11:00
No dia 20 de Junho, às 13:00, o país parou (ou, pelo menos, abrandou) para ver Portugal ganhar a Marrocos por uma bola a zero. É difícil quantificar o quão abrandou o país, mas há algumas formas de estimar o potencial impacto. 

Por exemplo, em Portugal, a rede Multibanco divulgou nesse dia, aquela hora, as transacções afundaram na primeira parte, subiram no intervalo e voltaram a afundar até ao final do jogo.
Recentemente, o Fundo Monetário Internacional (FMI) publicou no seu blog uma estatística do portal Statista que mede o efeito potencial dos jogos na produtividade - em termos simples, o que um trabalhador produz por hora.

Como? Fazendo contas até chegar ao número de horas que, num local, os jogos da competição desportiva sobrepõem-se ao normal horário de trabalho entre as nove da manhã e as seis da tarde.

A diferença horária com a Rússia e as diferentes horas em que os jogos decorrem influenciam o modo como o Mundial 2018 podia ou ainda pode afectar, potencialmente, a produtividade em vários locais. 

De acordo com os dados compilados pelo Statista, o Rio de Janeiro lidera entre as cidades onde o horário de trabalho mais "colide" com os jogos (64 horas), seguido de perto por Nova Iorque. 
Numa dimensão inferior mas também potencialmente afectadas surgem cidades como Londres, Los Angeles, Paris ou Berlim (30 horas). Surpreendentemente, ou não, Moscovo está entre os locais potencialmente menos afectados.

Em suma, o potencial efeito do Mundial 2018 na produtividade depende do sítio onde vive. Enquanto os patrões na Ásia ou Austrália podem estar descansados, no Brasil ou EUA já não é bem assim. Nesta análise só estão contempladas grandes cidades.

Mas esta não é a única estimativa do impacto na produtividade. A consultora espanhola Watch & Act escrevia, antes da competição começar, que, tendo em conta o que aconteceu em Mundiais passados, os efeitos são vários: o consumo, por exemplo, sobe, mas as transacções em bolsa caem a pique assim como a produtividade dos trabalhadores. A redução do que se produz pode ir até 60%, segundo as contas da Watch & Act, por causa de falhas no trabalho, faltas, distracções ou cansaço. 

Uma realidade também corroborada pelo portal online de recrutamento no Médio Oriente, o GulfTalent, que estima uma queda da produtividade na região dado que a maior dos trabalhadores que responderam ao inquérito indicaram que iam ver o jogo, sendo que 28% disse que o iria fazer durante o horário de trabalho.
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