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Presidente do Sporting diz que emissão de obrigações é um "case study"

Frederico Varandas classificou esta sexta-feira a emissão obrigacionista concluída quinta-feira como um "case study". A CMVM chegou a alertar a SAD para se preparar para entrar em "default", revelou o presidente do Sporting e da Sporting SAD.

23 de Novembro de 2018 às 19:47
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Frederico Varandas classificou esta sexta-feira a emissão obrigacionista concluída quinta-feira como um "case study" e aproveitou para criticar a banca e agradecer aos investidores que "acreditaram na marca Sporting".

O presidente do Sporting e da Sporting SAD enumerou os motivos pelos quais, defendeu, se trata de um "case study": o curto prazo e a forma como foi montada a operação e também por se tratar do "primeiro empréstimo obrigacionista sem um empréstimo intercalar".


Em conferência de imprensa, Varandas reiterou as críticas à banca, bem como às "notícias difamatórias e caluniosas" sobre a situação financeira da SAD.


"Negociámos com os bancos, com a CMVM, não tivemos direito, como outros, a um empréstimo intercalar, não tivemos bancos a querer comercializar as nossas obrigações, não houve o sindicato bancário a resolver problemas que vinham de trás", disse.


"Ao longo das últimas semanas tivemos muito ruído: referências caluniosas sobre insolvência e falência da SAD, boicotes, detenções, processos, etc... O nome do Sporting esteve constantemente na comunicação social pelos piores motivos. Tivemos uma situação que poderia gerar insegurança e instabilidade e mesmo abortar o empréstimo obrigacionista", acrescentou.

"Houve investidores que acreditaram em nós e a massa adepta e associativa mostrou todo o amor e dedicação ao clube. Vivemos num país onde muitos vivem com dificuldades, o dinheiro não abunda para a maioria, e sabemos que os adeptos tiveram de fazer um esforço extraordinário para participarem neste empréstimo obrigacionista", sublinhou.

Varandas destacou ainda que "este foi o sexto empréstimo obrigacionista na história da Sporting SAD. Foi também aquele com mais subscritores, mais pessoas a participar e isso é muito relevante. Agradeço aos milhares que investiram e sempre acreditaram, incluindo atletas, ex-atletas e dirigentes que disseram presente".

"CMVM avisou-nos para nos preparamos para incumprimento"

O presidente do Sporting revelou que foi alertado há uma semana pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) para a SAD "leonina" se preparar para o incumprimento, perante a fraca adesão, na altura, ao empréstimo obrigacionista.

"Jamais esquecerei a noite de sexta-feira (16 de Novembro), em que recebemos o valor (de subscrições da oferta). A CMVM avisou-nos para nos prepararmos para entrar em 'default' (incumprimento). Eu disse: 'Não vamos falhar. Se (os bancos) não estão a fazer o trabalho, nós vamos fazer'", referiu Frederico Varandas, citado pela agência Lusa.

O dirigente elogiou o trabalho realizado pelo clube e SAD. Foi montada "uma máquina em cinco dias, sete dias, se contarmos com o fim de semana". "Já senti muitas vezes a força do Sporting, mas esta foi tremenda", sublinhou.

"Os dias mais fortes foram segunda, terça, quarta e quinta-feira, em poucas horas (o período de subscrição de títulos terminou às 15:00). Esta foi uma experiência surreal", concluiu, considerando que se o prazo para a compra de obrigações tivesse continuado aberto a adesão iria ser superior.

A emissão, que garantiu 25,9 milhões de euros à SAD, o que corresponde a 86% dos 30 milhões pretendidos, destina-se a financiar o reembolso de um empréstimo obrigacionista emitido em 2015 e que expirava em Maio, tendo, então, o seu reembolso sido adiado para 26 de Novembro.

(Notícia actualizada às 21:13 com mais informação)

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