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Jesus custou mais de 20 milhões ao Sporting, revela auditoria

O antigo treinador do Sporting Jorge Jesus custou aos cofres da SAD "leonina" mais de 20 milhões de euros nas três épocas em que dirigiu a equipa de Alvalade. Este é um dos dados que constam da auditoria forense realizada às contas da SAD e a que o Record e Correio da Manhão tiveram acesso.

Rui Minderico
10 de Abril de 2019 às 09:32
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O antigo treinador do Sporting Jorge Jesus custou aos cofres da SAD "leonina" mais de 20 milhões de euros nas três épocas em que dirigiu a equipa de Alvalade, noticia esta quarta-feira o Record. Este é um dos dados que constam da auditoria forense realizada às contas da SAD e a que o jornal desportivo teve acesso.

De acordo com a auditoria, que o Correio da Manhã noticia que o clube já entregou à Polícia Judiciária, a equipa técnica liderada por Jorge Jesus auferiu, nas três temporadas, 25 milhões de euros. A auditoria realizada pela Bakertilly assinala que os vencimentos dos elementos da equipa técnica aumentaram substancialmente após a renovação do contrato.

O Record refere que o peso do vencimento de Jorge Jesus nas receitas da SAD era de 6%, sendo apenas superado a nível mundial por Diego Simeone (Atlético Madrid) e Carlo Ancelotti (Nápoles), cujos vencimentos representavam 8% das receitas dos respetivos clubes. Por comparação, indica o jornal, os treinadores do Benfica e FC Porto na época passada, Rui Vitória e Sérgio Conceição, pesavam menos de 1% das receitas.

Dúvidas em vários contratos de transferência

Os responsáveis da auditoria levantam questões sobre diversos contratos relativos a transferências de jogadores. No caso de Marcos Acuña, a Bakertilly assinala que a SAD do Sporting, então liderada por Bruno de Carvalho, assinou dois contratos para a transferência do jogador argentino oriundo do Racing Avellaneda. O primeiro contrato, no valor de 6,285 milhões de euros, respeitava à aquisição dos direitos económicos e desportivos. Adicionalmente, foi celebrado um outro contrato relativo à aquisição de direitos de preferência sobre outros três jogadores do clube argentino, no valor de 1,65 milhões de euros, e à realização de um jogo amigável, também no valor de 1,65 milhões. No entanto, notam os auditores, a SAD pagou esses valores ao Racing mas não beneficiou dos direitos inscritos no segundo contrato.

Também o salário de Freddy Montero quando regressou a Alvalade suscita dúvidas aos auditores. O jogador colombiano, que tinha auferido 633 mil euros em dois anos no Sporting, regressou com um salário bruto de 2,9 milhões de euros anuais. Um valor para o qual os responsáveis pela auditoria dizem não ter obtido "explicações suficientes que sustentem o racional que justifica os termos contratuais do segundo contrato, ou seja, um aumento tão grande na sua remuneração".

A contratação de Bruno César, que era um jogador livre, é também alvo de dúvidas. Tudo porque o Sporting pagou uma comissão de 1,3 milhões de euros ao intermediário Costa Aguiar. Mas a auditoria refere não existir qualquer "evidência se esta entidade é ou foi em algum momento representante do jogador".

"Scouting" custou um milhão e não originou relatórios

O departamento de "scouting" custou, durante a presidência de Bruno de Carvalho, cerca de 3,4 milhões de euros. "A Sporting SAD não obteve os respetivos relatórios de scouting, no total de cerca de 1,025 milhões de euros", indica a auditoria.

O documento identifica outras falhas no departamento, nomeadamente "ausência de contratos, contratos não assinados" e "gastos de outra natureza classificados como scouting".

E a auditoria aponta que dos 680 nomes de jogadores referenciados apenas três viriam a ser contratados.

Direitos de imagem podem obrigar a pagar ao Fisco

Na auditoria é ainda referido que a administração fiscal poderá considerar os valores pagos em direitos de imagem como parte da remuneração, o que implicaria o pagamento pela SAD dos montantes relativos a IRS e Segurança Social apurados. Em causa estão os contratos celebrados com Schelotto, Bryan Ruiz, Jonathan Silva, Everton, Naldo, Montero e Heldon.

O documento indica que foram pagos "a uma terceira entidade" direitos de imagem, sendo referidos os agentes e o total pago em cinco épocas: 2,8 milhões de euros.

Os autores da auditoria entendem que, com base na informação disponível, aqueles montantes "são efetivamente componentes de remuneração".
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