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Administrador do Sporting: "A gestão em 2018 foi completamente irresponsável"

"Quando tomámos posse encontrámos um clube numa situação de tesouraria difícil", disse o administrador do Sporting, Salgado Zenha

Pedro Catarino
Negócios 22 de Fevereiro de 2019 às 18:23
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A administração do Sporting está esta sexta-feira a apresentar o balanço do trabalho efetuado desde a sua chegada a Alvalade.

"Quando tomámos posse encontrámos um clube numa situação de tesouraria difícil, pela necessidade premente de um revolving da emissão de empréstimo obrigacionista que tinha vencido em maio e foi estendido para novembro", disse Salgado Zenha, vice-presidente e administrador da SAD leonina com o pelouro financeiro.

 

"Herdámos também uma dívida a fornecedores até junho de 2019 de mais de 40 milhões, a maior parte é com clubes e agentes. Herdámos o pagamento de metade do plantel do Sporting. Sou franco: a gestão que foi feita em 2018 foi completamente irresponsável. Em janeiro de 2018 o Sporting estava a antecipar receita futura para comprar um jogador e um par de meses depois não ter dinheiro para pagar salários e ter de recorrer à conta reserva que se destinava à recompra das VMOCs", acrescentou.


"Desde 2013 comprámos 108 jogadores. Sabem quantos jogaram mais de 1000 minutos? 68. Comprou 38 jogadores diretos para a equipa B, nenhum chegou à equipa A e a equipa desceu de divisão", disse ainda o administrador.

Antes, o presidente do clube e da SAD, Frederico Varandas, elencou diversos aspetos da auditoria às contas, cujo relatório final, disse, ainda não foi entregue à administração da sociedade desportiva.

Varandas referiu que a sociedade de advogados MGRA, que em 2018 contratou o sogro do então presidente do clube, Bruno de Carvalho, para associado, cobrou ao Sporting 1,7 milhões de euros em três anos. Este valor, referiu, é mais do que o valor gasto "com todas as empresas de advocacia em 16 anos". 

O presidente "leonino" aludiu também a uma empresa denominada Xau Limitada, à qual foram pagos 80 mil euros em brindes promocionais e ações de promoção junto da comunidade chinesa. "O departamento de merchandising não conhece a empresa, que entretanto fechou", disse.

O responsável falou também de um protocolo com um clube cabo-verdiano, o Batuque FC, que previa os direitos de preferência do Sporting "sobre sete jogadores não identificados". Não se conhecem pormenores sobre o contrato assinado com o clube, mas 330 mil euros foram liquidados e não restituídos.

Varandas revelou ainda que, em 2013, as dívidas das claques eram de 115 mil euros, valor que ascendia a 756 mil euros em 2018, sendo a quase totalidade referente à Juventude Leonina.

 

(notícia em actualização)

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