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Administrador do Sporting: "A gestão em 2018 foi completamente irresponsável"
"Quando tomámos posse encontrámos um clube numa situação de tesouraria difícil", disse o administrador do Sporting, Salgado Zenha
A administração do Sporting está esta sexta-feira a apresentar o balanço do trabalho efetuado desde a sua chegada a Alvalade.
"Quando tomámos posse encontrámos um clube numa situação de tesouraria difícil, pela necessidade premente de um revolving da emissão de empréstimo obrigacionista que tinha vencido em maio e foi estendido para novembro", disse Salgado Zenha, vice-presidente e administrador da SAD leonina com o pelouro financeiro.
"Herdámos também uma dívida a fornecedores até junho de 2019 de mais de 40 milhões, a maior parte é com clubes e agentes. Herdámos o pagamento de metade do plantel do Sporting. Sou franco: a gestão que foi feita em 2018 foi completamente irresponsável. Em janeiro de 2018 o Sporting estava a antecipar receita futura para comprar um jogador e um par de meses depois não ter dinheiro para pagar salários e ter de recorrer à conta reserva que se destinava à recompra das VMOCs", acrescentou.
"Desde 2013 comprámos 108 jogadores. Sabem quantos jogaram mais de 1000 minutos? 68. Comprou 38 jogadores diretos para a equipa B, nenhum chegou à equipa A e a equipa desceu de divisão", disse ainda o administrador.
Antes, o presidente do clube e da SAD, Frederico Varandas, elencou diversos aspetos da auditoria às contas, cujo relatório final, disse, ainda não foi entregue à administração da sociedade desportiva.
O presidente "leonino" aludiu também a uma empresa denominada Xau Limitada, à qual foram pagos 80 mil euros em brindes promocionais e ações de promoção junto da comunidade chinesa. "O departamento de merchandising não conhece a empresa, que entretanto fechou", disse.
O responsável falou também de um protocolo com um clube cabo-verdiano, o Batuque FC, que previa os direitos de preferência do Sporting "sobre sete jogadores não identificados". Não se conhecem pormenores sobre o contrato assinado com o clube, mas 330 mil euros foram liquidados e não restituídos.
Varandas revelou ainda que, em 2013, as dívidas das claques eram de 115 mil euros, valor que ascendia a 756 mil euros em 2018, sendo a quase totalidade referente à Juventude Leonina.
(notícia em actualização)