Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Domingos Castro: "Tive cabeça para saber gerir aquilo que ganhei no atletismo"

O fundista Domingos Castro esteve presente em quatro Jogos Olímpicos – Seul (1988), Barcelona (1992), Atlanta (1996) e Sidney (2000). Retirou-se da carreira desportiva aos 40 anos, quando se estava a preparar para a sua quinta participação olímpica, devido a uma lesão. Ele e o irmão gémeo Dionísio ficaram na história do atletismo como os irmãos Castro. Hoje, Domingos é o proprietário da Domingos Castro Eventos, uma empresa que organiza provas desportivas em África, e também tem negócios no setor do petróleo em Angola. Está a candidatar-se ao cargo de presidente da Federação Portuguesa de Atletismo.

A carregar o vídeo ...
09 de Julho de 2024 às 08:30
  • ...
Um dia, Domingos Castro chegou a casa com um sofá. Foi o prémio de uma prova em que participou, no Porto. O pai pensou que o tinha roubado. A história é contada pelo fundista Domingos Castro entre risos. O início da carreira desportiva teve muitas dificuldades. Desde logo, foi preciso convencer os pais a deixá-lo treinar, a si ao seu irmão gémeo, Dionísio.

A família era pobre e vivia na aldeia de Fermentões, perto de Guimarães. Os manos Castro começaram a trabalhar logo aos 10 anos, na construção civil. Os pais não queriam que andassem a correr porque podiam ficar doentes e depois não podiam trabalhar. O dinheiro fazia falta numa família de oito filhos.

Com o tempo, convenceram-nos. Quanto Domingos tinha 18 anos, o professor Mário Moniz Pereira, histórico treinador do atletismo, convidou-o para ir para o Sporting. Dionísio, que ficou em casa, sofreu com a separação e deixou de comer. Pouco tempo depois, havia de juntar-se ao irmão em Lisboa.

Domingos Castro tem no currículo quatro participações em Jogos Olímpicos - Seul (1988), Barcelona (1992), Atlanta (1996) e Sidney (2000). O maior desgosto que teve na carreira foi em Seul, quando a medalha olímpica lhe fugiu das mãos por um triz, já em cima da meta. Aponta esse momento como "a parte mais dramática" de toda a sua carreira desportiva.

"Foi um momento terrível para mim. Nessa mesma noite, pedi para me tirarem da aldeia olímpica e regressei a Portugal", recorda o atleta.

Terminou a carreira aos 40 anos de idade quando estava a preparar-se para a quinta participação olímpica, devido a uma lesão no tendão de Aquiles. Foi uma transição de vida tranquila. Estava preparado para o ponto final.

"O [professor Mário] Moniz Pereira não foi só nosso treinador. Preparou-nos para a vida. Foi nosso pai, nosso educador". Dizia-lhe para não gastarem tudo, tinham que contar com o futuro. "Tive cabeça para saber gerir aquilo que eu ganhei".

Quando virou a página da alta competição, teve um negócio de agenciamento de jogadores de futebol com o irmão Dionísio - a Castro Brothers. Mas hoje está a solo como empresário. Casou com uma angolana, também atleta olímpica, e viveu em Angola. Na sua empresa - a Domingos Castro eventos -, organiza eventos desportivos de grande dimensão em África. Em Moçambique, organiza a meia maratona de Maputo, que este ano juntou mais de três mil participantes.

Mas também está presente no setor do petróleo. Um negócio que, atualmente, está "em standby".

Agora tem um novo desafio pela frente. É candidato a presidente da Federação Portuguesa de Atletismo. É uma forma de agradecimento à modalidade, diz. "Devo tudo o que sou ao atletismo".
Ver comentários
Saber mais Desporto Atletismo Domingos Castro Castro Brothers Federação Portuguesa de Atletismo Jogos Olímpicos videocast
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio