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Cristiano Ronaldo: “Não sei nada de impostos, confiei nos meus assessores”

A audição desta segunda-feira a Cristiano Ronaldo foi tensa. Vários órgãos de comunicação convergem nas declarações do atleta, feitas perante a juíza mas à porta fechada. O atleta terá dito que nada percebe de impostos e que confiou tudo à sua equipa.

Cristiano Ronaldo - futebolista - 30,1 milhões
Reuters
01 de Agosto de 2017 às 17:10
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Cristiano Ronaldo foi ouvido esta segunda-feira em Pozuelo de Alarcón, nos arredores de Madrid, no âmbito de uma investigação do Fisco espanhol por quatro alegados crimes fiscais cometidos em Espanha, que resultaram na ocultação de 14,7 milhões de euros. O jogador foi ouvido durante cerca de 70 minutos, de acordo com o espanhol ABC. Antes disso, esteve 25 minutos a conhecer detalhadamente os crimes de que é acusado pelas autoridades espanholas.

 

De acordo com diversos relatos, Cristiano Ronaldo esteve tenso durante a audição e não parou de beber água, também devido ao elevado calor que se fazia sentir na sala. A Cadena Cope, especializada em assuntos desportivos, conta até que, a dada altura, Ronaldo pediu uma garrafa de água, mas estas já tinham acabado. Foi-lhe oferecida uma garrafa de Coca-Cola, que o português recusou – e acabou por ser a própria procuradora do Ministério Público, que lidera a acusação, a ceder-lhe a sua garrafa de água.

 

A mesma Cadena Cope reproduz várias declarações de Cristiano Ronaldo, que terá respondido a todas as perguntas da juíza Mónica Gómez Ferrer, às da acusação e às da sua defesa. O atleta esforçou-se por garantir que nada fez de errado. "Fiz tudo bem e quis fazer tudo de forma legal. Nunca ocultei nada nem deixei impostos por pagar. Simplesmente continuei a fazer o mesmo que me aconselharam em Inglaterra", terá dito.

 

Mais à frente, Ronaldo disse-se incapaz de cometer fraude fiscal. "Não tenho estudos e não sei nada de impostos. Os meus assessores trataram de tudo e são os melhores do mundo. Confiei neles a 100%", justificou, passando depois a identificá-los: o seu sobrinho Luís Correia, que "ele sim tem título universitário"; o advogado Carlos Osório de Castro, "o doutor Osório, meu assistente pessoal", e Chris Farnell, advogado que lhe foi indicado pelo Manchester United e que "se encarregou de montar toda a estrutura em Inglaterra", que incluía enviar os direitos de publicidade para paraísos fiscais – as Ilhas Virgens britânicas.

 

Numa fase da audição, igualmente reproduzida pelo Correio da Manhã, o jogador português terá dito que a Agência Tributária espanhola só estava a acusá-lo por ele ser quem é. "Isto só acontece porque sou o Cristiano Ronaldo". A juíza respondeu-lhe. "Não, se você se chamasse Antonio Pérez também se sentaria aí. Não está aqui como futebolista, mas como qualquer cidadão". O jogador não ficou convencido. "Não, isto é tudo porque sou o Cristiano Ronaldo".

 

De acordo com a Cadena Cope, também houve quem comentasse que a intervenção de Ronaldo foi muito melhor que a de Fábio Coentrão, que também foi ouvido na mesma comarca por fraude fiscal no início de Julho (e que aceitou pagar uma multa de 1,7 milhões de euros). "Este é um prémio Nobel ao lado de Coentrão", terá sido dito.

 

Já o El Mundo, citando fontes judiciais, garante que as explicações de Cristiano não convenceram nem a Procuradoria nem a juíza, porque o jogador não foi capaz de dar justificações concretas sobre as operações fiscais que originaram a abertura da investigação.

 

15 anos de prisão para Cristiano?

 

A investigação deverá prosseguir nos próximos meses com a chamada dos assessores invocados por Ronaldo, entre os quais o sobrinho Luís Correia e o advogado Carlos Osório de Castro. O agente Jorge Mendes, que Ronaldo garantiu não ter intervindo nos seus assuntos fiscais, também deverá ser chamado a depor. As próximas audições deverão ter lugar em Outubro, prossegue o El Mundo.

 

De acordo com a Cadena Cope, se Ronaldo quiser chegar a acordo com a justiça espanhola, deverá ser condenado a pagar 28 milhões de euros (que inclui os 14,7 milhões que alegadamente não pagou ao Fisco, 10 milhões de multa, três milhões de juros), com pena suspensa de prisão. Caso não queira optar pela via conciliatória, a acusação considera exigir a Ronaldo o pagamento de uma multa de 75 milhões de euros e pedir uma pena de 15 anos de prisão.


Esta tarde, Ronaldo publicou uma fotografia na sua conta de Instagram em que diz que o seu brilho incomoda muita gente.

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