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Mota-Engil dispara lucros para 24 milhões e volta a pagar dividendos

A construtora assinala que cumpriu todas as metas previstas para 2018, excetuando o investimento, onde aplicou mais dinheiro do que o previsto. Mais de metade dos lucros vai ser pago aos acionistas.

01 de Março de 2019 às 07:53
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A Mota-Engil fechou 2018 com um resultado líquido de 24 milhões de euros, o que compara de forma favorável com os 2 milhões de euros alcançados no ano anterior.

Em comunicado à CMVM (apenas disponível em inglês), a construtora liderada por Gonçalo Moura Martins assinala que a melhoria dos resultados ficou a dever-se à evolução positiva conseguida em todas as geografias, o que levou as receitas a subirem 8% para um valor recorde de 2.818 milhões de euros.

O EBITDA aumentou 1% para 409 milhões de euros, sendo que a margem EBITDA desceu um ponto percentual para 15%.  Os resultados operacionais subiram 22% e os resultados financeiros negativos baixaram para quase metade (-57 milhões de euros). A parte fiscal também deu um contributo positivo, já que os resultados antes de impostos aumentaram 50%. A taxa de imposto efetiva ficou em 31%.

A Mota-Engil é das poucas cotadas portuguesas que não apresenta resultados trimestrais, pelo que de 2018 só eram conhecidos os números do primeiro semestre. A segunda metade do ano foi mais favorável do que a primeira, já que os lucros atingiram 18 milhões de euros, as receitas cresceram 12% e o EBITDA aumentou 11%.

A construtora destaca ainda que conseguiu crescer em todas as geografias onde estão presente. As receitas cresceram 3% na Europa, 5% em África e 13% na América Latina. Ao nível do EBITDA a única descida registou-se na Europa (-49%).

 

A Mota-Engil fechou 2018 com uma carteira de encomendas de 5,5 mil milhões de euros, valor que a companhia diz ser o mais elevado de sempre.

 

A dívida líquida da Mota-Engil atingiu 953 milhões de euros, o que representa 2,3 vezes o EBITDA, em linha com o registado no final do ano passado (2,4x). O custo da dívida baixou 7 décimas no espaço de um ano, situando-se agora nos 5%.

Na apresentação de resultados a Mota-Engil assinala que das metas definidas para 2018 apenas uma não foi atingida: o investimento estava previsto no intervalo entre 150 e 200 milhões de euros e atingiu 287 milhões de euros.

Nas perspetivas para este ano a Mota-Engil diz que as receitas devem continuar a subir, "com o mercado africano a aumentar a contribuição", sendo que a carteira de encomendas também deverá permanecer acima dos 5 mil milhões de euros.

 

O investimento deverá ficar entre 150 a 180 milhões de euros e a empresa promete foco na geração orgânica de "cash flow", reforço da estrutura de capital e extensão da maturidade da dívida.  

 

Regresso aos dividendos

 

Os resultados de 2017 (apenas 2 milhões de euros de lucros) levaram a Mota-Engil a não pagar dividendos no ano passado, o que não acontecia há mais de 20 anos.

 

Com os lucros a subirem em 2018 a Mota-Engil confirmou hoje que vai retomar a remuneração aos acionistas, tal como tinha prometido quando anunciou os resultados do primeiro semestre.

 

Na apresentação de resultados, a Mota-Engil refere que "o pagamento de dividendos vai ser retomado em linha com a política de ‘payout’ de 50% a 75%".

 

A Mota-Engil não revela para já qual o valor do dividendo, dando apenas como referência que pagará aos acionistas entre 50 a 75% dos lucros, ou seja, entre 12 a 16 milhões de euros. Tendo em conta que o capital da Mota-Engil é composto por 237,5 milhões de ações, o valor do dividendo que a empresa irá pagar deverá oscilar entre 5 e 7 cêntimos, de acordo com os cálculos do Negócios.

 

Em 2017 a Mota-Engil pagou um dividendo de 13 cêntimos referente ao exercício de 2016, acima dos 5 cêntimos que pagou no ano anterior.

 

As ações da Mota-Engil estão a reagir em forte alta às novidades hoje anunciadas, registando uma subida de 6,45% para 2,145 euros. No acumulado de 2019 já valorizam 29,19%.

(notícia atualizada com dividendo e perspetiva para 2019)

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