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Jerónimo Martins fecha semestre com subida inferior a 1% nos lucros

A dona do Pingo Doce inverteu os resultados, que estavam em quebra nos primeiros meses do ano. Após subir 5,7% as vendas até junho, a retalhista promete no resto do ano “trabalhar para ter as melhores propostas comerciais”.

Lusa
25 de Julho de 2019 às 18:05
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A Jerónimo Martins reportou um resultado líquido de 181 milhões de euros no primeiro semestre do ano, um valor acima do antecipado pelos analistas – estimavam uma quebra homóloga de 6% - e que representa uma subida de 0,7% face ao mesmo período do ano passado.

 

Os resultados foram divulgados esta quinta-feira, 25 de julho, em comunicado enviado à CMVM (Comissão do Mercado de Valores Mobiliários). Esta ligeira melhoria nos resultados é evidenciada pelo grupo liderado por Pedro Soares dos Santos, "apesar da redução de oito dias de vendas na Polónia".

 

Nos primeiros seis meses do ano, as vendas consolidadas aumentaram 5,7%, para 8,9 mil milhões de euros, com um Like-for-Like (LfL) de +3,9% em termos homólogos. Considerando só o segundo trimestre, depois de um desempenho mais fraco nos primeiros três meses do ano, as vendas subiram a dois dígitos (10,3%), impulsionadas pela Páscoa.

 

O EBITDA da retalhista, que no mercado português controla o Pingo Doce e o Recheio, atingiu 471 milhões de euros, um crescimento de 5,6%, enquanto "a dívida líquida, excluindo as locações operacionais capitalizadas, foi de 158 milhões de euros, com o ‘gearing’ a cifrar-se em 7,9% e já refletindo o pagamento, em maio deste ano, de 204 milhões de euros de dividendos".

 

"Em linha com a nossa estratégia, o foco no consumidor e o crescimento das vendas mantêm-se como as principais prioridades do grupo, sem comprometer a disciplina de custos e a filosofia de eficiência que garantem a competitividade e rentabilidade dos nossos modelos de negócio", frisou Soares dos Santos. O gestor particularizou o desempenho da colombiana Ara, que disparou 26% as vendas, para 356 milhões de euros, num semestre em que inaugurou 25 novas lojas e chegou às 557 naquele país da América Latina.

O presidente e administrador-delegado perspetivou ainda, nesta nota ao mercado, que no resto do ano quer "[manter-se] a crescer acima dos mercados nos quais [desenvolve] os negócios", prometendo que continuará a "reforçar as operações e a trabalhar para ter as melhores propostas comerciais, que mereçam, cada vez mais, o reconhecimento e a preferência dos consumidores".

Promoções no Pingo Doce e Recheio de marcas próprias

Durante o primeiro semestre, a Jerónimo Martins abriu um total de 73 novas lojas – em termos líquidos foram mais 62 unidades – e atualmente emprega um total de 110 mil trabalhadores (mais 2.250 do que há um ano) nas várias geografias em que está envolvida, nomeadamente em Portugal (Pingo Doce e Recheio), na Polónia (Biedronka e Hebe) e na Colômbia (Ara).

 

Descrevendo um "ambiente de consumo favorável" em Portugal no primeiro semestre, o último antes de enfrentar a concorrente espanhola Mercadona, a JM destaca que o retalho alimentar "continuou a ser dominado pela intensidade das ações promocionais promovidas pela generalidade dos operadores". Incluindo nas 436 lojas do Pingo Doce, que viu as vendas cresceram 4,1% neste período (em que abriu quatro novas unidades e remodelou 19), num total de 1,9 mil milhões de euros.

 

Já no setor grossista, em que reclama a liderança de mercado com a insígnia Recheio, faturou 467 milhões de euros nos primeiros seis meses do ano (+2%). As marcas próprias Amanhecer, Masterchef e Gourmês representam aqui 22% das vendas (excluindo perecíveis especializados) e são descritas como "um pilar estratégico" da companhia, que chegou a junho com 330 lojas aderentes na rede Amanhecer, criada em parceria com pequenos retalhistas tradicionais.

Polónia come e embeleza-se antes de pagar imposto

A gigante polaca Biedronka, que conta agora com quase três mil lojas, voltou a subir as vendas 7% (em moeda local), ultrapassando seis mil milhões de euros de receitas no primeiro semestre, "mesmo com o impacto de menos oito dias de vendas" face ao período homólogo. Impacto mais forte deverá ter o novo imposto sobre o retalho, que deve entrar em vigor a 1 de setembro, embora os detalhes sobre a proposta ainda não tenham sido divulgados por Varsóvia. Suspenso durante três anos por divergências com a Comissão Europeia, avança agora depois de o Tribunal de Justiça da União Europeia ter dito que Bruxelas cometeu um erro ao considerar que um imposto polaco constituía um auxílio de Estado. O impacto será sentido também pela Hebe, a cadeia de bem-estar e beleza do grupo na Polónia, que até junho vendeu 117 milhões de euros (+24,3%) aos mais de 3,3 milhões de clientes fidelizados em cartão. Criada em 2011, esta rede soma 247 localizações físicas no país da Europa central e acaba de abrir uma loja online, esperando atingir este ano o "break even" em EBITDA.


(Notícia atualizada pela última vez às 18:40 com informação detalhada sobre as marcas retalhistas em Portugal e na Polónia)
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