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Imposto na Polónia leva Berenberg a cortar estimativas e recomendação da Jerónimo Martins
O banco de investimento alemão cortou em 8% as estimativas para o EBITDA da retalhista portuguesa e reduziu a recomendação de "comprar" para "manter".
Os analistas do banco de investimento Berenberg cortaram as estimativas para o EBITDA da Jerónimo Martins para os anos 2020 e 2021 em 8% para refletir o impacto do novo imposto sobre as retalhistas na Polónia, cuja implementação veem como cada vez mais provável.
Além das estimativas para o EBITDA, o Berenberg desceu a recomendação para as ações da retalhista portuguesa de "comprar" para "manter".
Numa nota citada pela Bloomberg, o banco de investimento alemão refere que a probabilidade de a Polónia avançar com o novo imposto sobre as receitas das retalhistas aumentou nas últimas semanas, pelo que decidiu incluir nas suas estimativas o possível impacto dessa taxa. O corte de 8% nas projeções para o EBITDA coloca o Berenberg 6% abaixo do consenso para o ano de 2020.
Recorde-se que, no início deste mês, o governo polaco confirmou que deverá avançar com o novo imposto sobre o retalho a partir de 1 de setembro, ainda que os detalhes sobre a proposta não tenham sido divulgados. A decisão da Polónia surge depois de em maio o Tribunal de Justiça da União Europeia ter dito que a Comissão Europeia cometeu um erro ao considerar que um imposto polaco sobre o setor retalhista constituía um auxílio de Estado, abrindo assim a porta à sua introdução.
Sobre os resultados do segundo trimestre, que a empresa vai apresentar no próximo dia 25 de julho, os analistas antecipam que a evolução favorável das receitas terá continuado, impulsionada pelos estímulos orçamentais e tendências positivas da inflação.
O Berenberg refere ainda que a evolução dos custos laborais deverá ter penalizado a margem de EBIT na Polónia, uma queda compensada pela subida das margens em Portugal, que terão sido impulsionadas pelo aumento das vendas LfL.
Segundo os dados da Bloomberg, a Jerónimo Martins tem 17 recomendações de "comprar", 10 de "manter" e três de "vender".
Os títulos da retalhista liderada por Pedro Soares dos Santos descem 1,78% para 14,635 euros.